Aconteceu hoje, dia 22 de Setembro de 2010, no Museu da Casa Brasileira, o desfile da Accademia di Costume e di Moda di Roma - o Final Work 2010, promovido pelo Instituto Italiano de Cultura de São Paulo, com a presença do Ministro Mauro Marsili, Cônsul Geral da Itália (foto ao lado), que junto a diretora do Museu Casa Brasileira, Miriam Lerner, e o diretor da Accademia di Moda, Andrea Lanzana, proferiu a saudação de abertura do evento. O Final Work 2010, iluminado pelo trabalho de quinze jovens estilistas formados pela tradicional Accademia, fundada em 1964, por Rosana Pistolese, foi um espetáculo. Os presentes, experts, imprensa e admiradores foram brindados com uma amostra do que está por vir com a entrada destes brilhantes profissionais no mercado da moda. Na passarela, modelos brasileiros passearam a moda antropológica de Ilaria Morrone, bordados - prepare-se, esta palavra vai dançar na sua frente milhares de vezes neste escrito entusiasmado, então, Ilaria Morrone fez bordados com lã e panos de lã. Já a auto designada artista-artesã, construtora de vestidos, Fortuna Briguglio, usou cores de Matisse e bordados com mensagens, eu vi que eram diretas. Entrelaçou símbolos, adoráveis e estimulantes, botões, fitas, arte, arte....é a vida! A estilista e obsessiva declarada, Chiara Aversano, que varando as noites ouvindo farfalhares, teceu bordados inspirado em mariposas elaborou arrojadas camuflagens - abra as asas, vamos voar e ver os símbolos astecas de Valéria Onnis com seus vestidos piramidais de golas ornamentais, ourivesaria em panos, e sim, feltro e lã em tudo. Agora segure-se onde puder, entra o trabalho de Marzio Martella, inspirado por requintadas mulheres orientais e gueixas vestidas em couro delicado e bordados precioso -uh, que desfile! Porque não param em pedestais para a gente circular e ver tudinho, tem pontos? Os ponteiros pensando em ordem e aquilo tudo, atemporal, ideal. Mamãe é que tem razão em ser costureira! Agarre-se a coluna, pois Laura Maria Grillo quer simular, e borda cachos e inventa amoras e oh, céus, mirtilos de lã, faz massarocas elegantes e frisa que sua musa para tanta inspiração é a cantora irlandesa Rosie Murphy. Hum, vou procurar, e tu clicando no título da postagem a encontrará, vamos produzir entrelaçaentos similares, embora não tão espontâneos. O trabalho destes jovens vem em tempo! Criativos, inovadores e facilitadores para o salto quântico da moda. As releituras popularizadas dos trabalhos deles é o que vestiremos daqui a pouco, tem que ser! Quero passear um Daniele Gottastia, num final de tarde, dar umas bandas a bordo de um modelo inspiração cofessa do Bauhaus... Entrou Paola Balzano, elegância! Podia parar, mas não é justo deixar de compartilhar - elegância, mulheres poderosas vestirão Paola Balzano. Modelos que valorizam, glorificam o movimento. E aí, Gabriella Capuani trouxe para a passarela a força e o movimento do mar, e ondulavam mulheres envoltas em rendadas transparências, em reflexos líquidos, simulando águas-vivas e obtendo sucesso harmonioso. Para ela a palavra é delicadeza, cores e tecidos. Chiara Zuliani, a futurista inverssora da ordem põe forros a mostra, e todos são elegantes soldados - ou serão...pois se é futurista?! A estilização vestimenta para usina atômica bem sucedida de Chiara Zuliani e o tricô de Valentina Klannjscek, macio de pontos gigantes, de finos pontos em agulhas pequenas, um sofá e o conforto....não! Fantásticas roupas de noite elegatérrimas, pura e confortável gala! E Sara Mirabella? Olhava a janela, uma janela que dava para Barcelona, pois Gaudi está na sua criação, pedras, enxertos, labirintos. É claro que eles escreveram um tanto disso num folder, mas quem foi pode dizer além, são competentes os formandos da Accademia di Costume e di Moda, é assim mesmo, mesmo!Três anos de formação diária em calendário universitário. O atual diretor, Andrea Lanzana, é neto da fundadora. Mas o desfile ainda não terminou, tem mais outra Ilaria, a Vallone, que molhou o feltro e trabalhou nele como se fosse papel marchê, simulou água manchada de petróleo, a antenada Ilaria Vallone, criou modelos de extrema feminilidade, arquitetou a vestimenta para mulheres que não renunciam a silhueta, apesar dos desatres. Finalizando com Claudio Michele Dicorato, o que veio por primeiro. Já na capa do convite que recebi na semana passada, a foto é de um modelo seu. Evoca dunas, mulheres etéreas, ventos mornos, ares frescos, tudo organdi em cortes e sobreposições horizontais, visionário. Final Work 2010. Sim, A Moda é um Oficio, oh, que belo!
E para Patricia Kaas - Avec le temps, clique no título da postagem.
Comentário:
Il semble que vous soyez un expert dans ce domaine, vos remarques sont tres interessantes, merci.
- Daniel
Postado por Anônimo no blog Flor Amarela em 8 de janeiro de 2011 18:57
Nenhum comentário:
Postar um comentário