13 setembro 2016

Todos os dias: Muito obrigada, Senhor, Deus, que Temer estava lá, senão o que seria deste país após o inevitável Impeachment?

"Era noite de quarta-feira, 30 de setembro, no Palácio do alvorada. Mas não uma noite qualquer. Cansada, a presidente Dilma Rousseff ouvia as instruções daquele que pavimentou por duas vezes sua entrada no cargo máximo da República.  Lula dava os últimos retoques na composição ministerial que seria anunciada no dia seguinte. Havia escolhido seus homens para os cargos -chave: Jaques Wagner ocuparia a Casa Civil, Ricardo Berzoini, a Secretaria de Governo, e, mais importante, Aloízio Mercadante seria escanteado para o Ministério da educação, no lugar do breve Renato Jaime Ribeiro. O ex-ministro voltava a emplacar seus soldados mais fiéis no núcleo duro do governo. Faltava apenas uma mudança - que Lula pacientemente enxertava na cabeça da sucessora: tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e substituí-lo por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Você sabe que não gosto dele.  Você sabe disso"., disse a presidente referindo-se a Meirelles, seu desafeto desde que ocupava a Casa Civil.
Lula, que conhece a alma de Dilma, arrematou: "E você, lá gosta do Levy?"
A resposta de Dilma foi um misto de contração facial e de dar de ombros, que bem situa o ministro no ranking afetivo da presidente."
...
"Quando calha de o ministro ter de explicar algum movimento do ajuste fiscal, Dilma curza as pernas, vira-se ligeiramente de lado e observa o ministro de rabo de olho, com cara de quem não está muito interessada.
A presidente reproduz a mesma linguagem corporal quando quem toma a plavra é o vice, Michel Temer. Outro interlocutro que presencia as reuniões interpreta a atitue de dilma como ligeiramente simpática, dentro do acervo de gentilezas presidenciais. 'Houve muitas reuniões em que ela falava abertamente para o (Ferando) Pimentel ficar quieto quando ele se propunha a falar sobre um tema que não interessava a ela...e olhe que ela gostava muito do Pimentel", diz um dos presentes.

Texto de ana Clara Costa e Talita Fernandes, para Ideias - Economia em Perfil da Revista Época de 28 de outubro de 2015

Foto: Feita por Hawkins Joseph, eu a chamo de Bonitinha mas Ordinária, segundo a divertida traduação para o português dada àquela fala de Matt Damon, no filme Perdido em Marte, em que a NASA pede-lhe uma imagem documental do seu estado emocional e físico.

Todos os dias: Muito obrigada, Senhor, Deus, que Temer estava lá, senão o que seria deste país. após o inevitável Impeachment?

"Era noite de quarta-feira, 30 de setembro, no Palácio do alvorada. Mas não uma noite qualquer. Cansada, a presidente Dilma Rousseff ouvia as instruções daquele que pavimentou por duas vezes sua entrada no cargo máximo da República.  Lula dava os últimos retoques na composição ministerial que seria anunciada no dia seguinte. Havia escolhido seus homens para os cargos -chave: Jaques Wagner ocuparia a Casa Civil, Ricardo Berzoini, a Secretaria de Governo, e, mais importante, Aloízio Mercadante seria escanteado para o Ministério da educação, no lugar do breve Renato Jaime Ribeiro. O ex-ministro voltava a emplacar seus soldados mais fiéis no núcleo duro do governo. Faltava apenas uma mudança - que Lula pacientemente enxertava na cabeça da sucessora: tirar Joaquim Levy do Ministério da Fazenda e substituí-lo por Henrique Meirelles, ex-presidente do Banco Central. Você sabe que não gosto dele.  Você sabe disso"., disse a presidente referindo-se a Meirelles, seu desafeto desde que ocupava a Casa Civil.
Lula, que conhece a alma de Dilma, arrematou: "E você, lá gosta do Levy?"
A resposta de Dilma foi um misto de contração facial e de dar de ombros, que bem situa o ministro no ranking afetivo da presidente."
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"Quando calha de o ministro ter de explicar algum movimento do ajuste fiscal, Dilma curza as pernas, vira-se ligeiramente de lado e observa o ministro de rabo de olho, com cara de quem não está muito interessada.
A presidente reproduz a mesma linguagem corporal quando quem toma a plavra é o vice, Michel Temer. Outro interlocutro que presencia as reuniões interpreta a atitue de dilma como ligeiramente simpática, dentro do acervo de gentilezas presidenciais. 'Houve muitas reuniões em que ela falava abertamente para o (Ferando) Pimentel ficar quieto quando ele se propunha a falar sobre um tema que não interessava a ela...e olhe que ela gostava muito do Pimentel", diz um dos presentes.

Texto de ana Clara Costa e Talita Fernandes, para Ideias - Economia em Perfil da Revista Época de 28 de outubro de 2015

Foto: Feita por Hawkins Joseph, eu a chamo de Bonitinha mas Ordinária, segundo a divertida traduação para o português dada àquela fala de Matt Damon, no filme Perdido em Marte, em que a NASA pede-lhe uma imagem documental do seu estado emocional e físico.