25 junho 2011

Compasso

Domingo, sol e descanso, sonhar com oliveiras 
e olhar para os ficus, um dia...
A mística está no título da postagem.

Centro de Cultura Judaica - Luz Perene


E no título da postagem o...será assim o "orgânico" que fala  Vivian Vineyard nas suas aluas de teatro no CCJ? Clique e reponda, é orgânico, o Pedro Abrunhosa?

24 junho 2011

Jericó na Arte





A arqueóloga inglesa Kathleen Kenyon iniciou suas pesquisas em Jericó em 1952. Jericó já era tida como a mais antiga cidade organizada conhecida, mas com os métodos empregados por Kathleen esta antiguidade avançou ao neolítico. A camada estudada por ela remontava a 7.000 anos a. C., e a estudiosa seria a responsável pela descoberta de um cômodo contendo dez cabeças modeladas em gesso sobre crânios humanos. Na época Kathleen escreveu: "estas cabeças são o exemplo mais antigo conhecido de uma representação plástica naturalista dos traços humanos. Podem ser consideradas os ancestrais diretos da arte moderna. A grande arte do período paoleolitico não deixou descendência direta, mas da  arte de Jericó neolítico saiu uma tradição que por intermédio de Súmer e do Egito, desenboca na arte dos gregos e, de lá, na Europa moderna".
...
Pois bem, os antigos moradores de Jericó retiraram a carne dos crânios e os trataram e recobriram as cabeça com gesso para dar o aspecto desejado, Kathleen não estaria subestimando a capacidade representativa de tão hábeis modeladores? Todo o trabalho, segundo ela, no intuito de retratar os mortos, vai-se por água abaixo quando sabemos que as mandibulas inferiores foram retiradas, dos dez crânios encontrados somente um a conservava, e os olhos foram deslocados uma medida abaixo do assentamento do olho natural. Também existe um espaço entre os olhos em mais de meia medida natural de afastamento entre cada um e o nariz. A boca foi retratada como uma abertura discreta de tamanho desprezível e sendo um erro do "retrato" não condiz em nada com a habilidade dos escultores que mais óbviamente utilizaram os ossos como estrutura base, ao invés de objeto de homenagem ao primeiro dono da ossada. Desculpe-me Kathleen...Quando fiz regressão pela primeira vez, orientada por uma grande e respeitada profissional, não fui muito longe, conclui desolada na época, ultrapassei apenas a barreira do nascimento e me vi em um corredor polonês do bem, sem tabefe, mas entre duas filas de seres que tinham estas feições, estas do "exemplo mais antigo conhecido de uma representação plástica naturalista dos traços humanos ". Desde lá tenho estado atenta para representações e descrições de viagens astrais e regressões que relatam encontro com figuras com este aspecto, e sempre estão relacionados a alento e reconforto. Em março iniciei uma pintura de um Yeshua Ben Joseph, o Jesus Nazareno sendo reativado após o sepultamento por seres assim...minha visão, meu sentimento, minha certeza. Se Katlhleen visse, diria provavelmente: As cabeças de Jericó são os ancestrais diretos da arte da Giane. Porém somente soube e vi as cabeça que ela desenterrou há aproximadamente um mês. As vi em um volume de uma enciclopédia editada em conjunto entre a Editora Melhoramentos e a Editora da USP em 1975, na época do Reitor Miguel Reale. Comprei o livro em um sebo da Avenida Consolação - puxa vida - chama-se: À Procura dos Mundos Perdidos - As Grandes Descobertas da Arqueologia, de HenriPaul Eydoux e tradução de Ulpiano T. Bezerra de Meneses.
Clique na força criativa do Sol, ou no título da postagem

20 junho 2011

CENAS E NARRATIVAS SOBRE O HOLOCAUSTO


Aconteceu no MuBE, durante o mês de maio, a Oficina de Teatro para Educadores - Cenas e Narrativas Sobre o Holocausto. A parceria entre o Museu Brasileiro de Escultura/MuBE, a Bnai Brith, a ARQSHOAH e a Secretaria de Educação ofereceu esta oportunidade de   reciclagem aos professores da rede pública. Todos foram agraciados com apostilas, vídeos e o imprecindível arquivo das dinâmicas realizadas durante os encontros. A oficina foi ministrada pela Diretora e Teatro Educadora formada pela PUC/Peru, Leslie Marko, a competência em pessoa. Durante o curso Leslie se manteve em contato permanente via NET com o grupo, disponibilizando inclusive linha celular para esclarecimento de dúvidas. Nos encontros que integraram as Jornadas sobre o Ensino Multidisciplinar do Holocausto, promovidas pela LEER/USP, experimentamos recursos empregáveis  nos projetos educacionais individuais; dinâmicas, leituras dramáticas e dramatizações realizadas sob o  cuidado de Leslie, que monitorou e auxiliou na elaboração dos projetos, a maioria tendo sido apresentado durante o último encontro. Era para ter sido o último, mas diante da inesgotabilidade da discussão sobre o tema, vontade de compartilhar informações, experiência e material de estudo, acordou-se que continuaremos nos encontrando e trocando informações sobre o desenvolvimento das ferramentas que recebemos nestas aulas. Os professores apresentaram os projetos que realizaram em suas escolas exibindo dramatizações em vídeos, fotos e depoimentos dos alunos envolvidos nesta primeira fase. 
     No encerramento do curso houve uma saborosa confraternização, a  Coordenadora de Cursos do MuBE, Eneida Fausto, que participou das aulas, ressaltou a personal autenticidade com que cada um deu conta de seu universo e lidou com o delicado tema, levando-se em conta que em alguns ambientes escolares, o Holocausto nem é conhecido. Durante o almoço de encerramento oferecido pela empresa patrocinadora do curso, a Bnai Brith, seu Diretor, Abraham Goldestein, frisou a satisfação em colaborar para a realização de um projeto que visa  manter viva a lembrança do Holocausto - para que não se repita - e reiterou a responsabilidade e necessidade do preparo para a identificação e adequado posicionamento por parte dos educadores perante quadros de preconceito.


Clique no título da postagem para ver Adam Sandler comportadinho

19 junho 2011

iEARN - Rede Internacional Desenvolvendo Talentos

Aconteceu neste sábado pela manhã, na bela sede do Cultura Inglesa de Pinheiros em São Paulo, a exibição dos vídeos selecionados pela Adobe e iEarn, bem como a entrega dos certificados de participação aos jovens talentos em produção de vídeos e animação em stop motion integrantes do projeto desenvolvido por professores de língua inglesa da rede pública em conjunto com a iEARN.
O evento contou com  a presença dos participantes da capital e interior, os professores responsáveis pelos projetos, estudantes criadores dos vídeos, seus familiares, e o comitê da iEARN de Brasília, sendo eles: Almerinda Borges Garibaldi (também a mestre de cerimônia do evento junto a Felipe Juannuzzi), a diretora finaceira, Gilvaci e a diretora geral, Patrícia Faustino e o mentor representante da Adobe, Felipe Jannuzzi.
A rede iEARN possui uma estrutura internacional e forma uma rede de recursos educacionais e de desenvolvimento de projetos e aprendizagem, foi criada em1988 e está presente em Brasília desde 2001, onde foi apresentada pela mentora Catherine Healy da National Goeographic Society e Partners of the Americas.
Foto acima: Na frente, alunos responsáveis por dois dos vídeos exibidos na mostra, um filme sobre pedofilia (Guilherme, de camisa branca, a atriz mirim Ana Beatriz, de casaco vermelho), e uma animação em massinha na técnica stop moution sobre a prevenção de acidentes no transporte escolar, as estudantes do segundo ano do ensino médio, Clara Haibara (regata branca) e Camille Luar (blusa preta), atrás aparece a diretora da Escola Ciridião Buarque de Holanda, Sônia Boarim, a professora responsável pelo projeto da escola, Amélia Cézar Enrietti, e ao lado esquerdo, Almerinda da iEARN.
Na na foto abaixo: no centro a diretora nacional da iEARN, Patricia Faustino, ladeada pelas criadoras de Tem Um Coelho Morto no Poste, Clara e Camille, e Gilvaci /iEARN ( chale caqui), ao lado extremo direito de casaco xadrez a professora de língua inglesa, Amélia Cézar Enrietti.
E para ouvir a Luz da Nobreza, clique aqui:http://youtu.be/zLjRbgvIyp4

17 junho 2011

Gainsbourg por Scandurra? Ulalá!!

E oui, Je t'aime, um must no título, clique e amorlembre!

Jangada de Medusa

Conheci minha mestre, Inge Jost Mafra, em um curso aberto da UNIJUÍ. Logo após o término do mesmo passei a freqüentar a casa dela e do marido, o advogado Ben-Hur Lens Mafra,  naquele lar universal recebi instrução global, saborosa e divertida...
Modelagem: Ben-Hur modelo. Pintura e desenho: tantas vezes Ben-Hur como modelo e crítico. Cinema: Ben-Hur professor, Literatura: Ben-Hur indicando e emprestando livros de sua biblioteca, fazia-nos assinar fichas de empréstimo.  Tinha uma grande biblioteca e um curioso catre onde lia, parecia muito incômodo, quando perguntei-lhe por que, respondeu que um filósofo não se desenvolve no conforto. Era tarde, a casa era uma delícia, o projeto da vida deles, recém concretizado. Ali havia também e evidentemente, atenção à  gastronomia, especialmente às sopas, que Inge preparava declarando os passos. No inverno ela e Ben-Hur estavam mais inspirados a reunir, e assistindo documentários raros ao sabor de vinhos bons aprendíamos macetes para valorizar as sopas e caldos, fácil com os ingredientes que eles produziam na granja... 

Inge vivia perfumada de cebola e alho frescos. Criei um dos meus filhos, o Marcelo, que ela amava e acreditava que fosse se tornar um artista (e de fato, hoje, aos 24 anos, ele trabalha na produção de cenografia para peças teatrais), e tive minha única filha naquela época. Inge foi a primeira visita que Camille recebeu. 
Através da irmã  de Inge, a conceituada terapeuta Renate Jost de Moraes, durante sua apresentação e temporada de atendimento no Colégio Sagrado Coração de Jesus, fui iniciada na regressão orientada a vidas passadas (http://www.fundasinum.org.br/curric_renate.htm).
Na semana passada recebi uma linda coleção de fotos, são releituras de obras dos grandes mestres da pintura feitas com legumes, os originais pertencem ao Museu dos Legumes de Israel. Ao ver a releitura de A Jangada de Medusa, logo me lembrei de Ben-Hur, que declarava sua admiração eterna pela obra, que dizia ser a melhor pintura de todas que conhecia, e Ben-Hur conhecia muito de tudo. 

A cada citação fazia questão de mencionar a história da obra de Theodore Gericault e o contexto de sua apresentação no Salon de Paris, ano de 1919 (veja a história ativando o seguinte link, que se Ben-Hur ler este escrito, lá onde está, e vir que não honrei suas aulas, ao menos indicando... então, ative o link! http://www1.ci.uc.pt/iej/alunos/1999-2000/medusa/quadro.htm ). 
Quando freqüentei a casa, atelier, escritório de advocacia, durante as férias, dois dos filhos deles circulavam por lá, estudavam arquitetura em Porto Alegre e São Leopoldo, André e Leandro. 
Por influência de Leandro estudamos o projeto arrojado que Paulo Mendes da Rocha criara para o MuBE de São Paulo, viríamos para a Bienal com o grupo de Artes da universidade, que Inge coordenava e estudávamos detalhadamente os pontos que integrariam a agenda de visitas. 
Conhecemos um MuBE sem exposição, sendo ele mesmo o foco. A construção estava sendo finalizada e Inge solicitara a autorização prévia. Pisamos no concreto virgem de público - eu inaugurei o MuBE!? 
O filho mais velho de Inge estava no exterior, o engenheiro envolvido com projetos de sustentabilidade quando ainda ninguém sabia o que isso significava. A única filha de Inge, Clara Cristina, morava em São Paulo.
Recentemente encontrei via net o filho mais velho, o famoso Nono. Nono é a cara da mãe, sorri como a mãe - a pessoa mais doce e sensível que conheci, a culta coordenadora do Curso de Artes da UNIJUÍ, que se gabava de ter sido a primeira moça da cidade a usar lentes de contato azuis, que encomendou do exterior especialmente para o dia de seu casamento  com Ben-Hur, certamente o homem mais amado e cultivado por sua esposa que já conheci.
Depois que me mudei de cidade e estado, trocávamos cartas.
Nos vimos pela última vez há nove anos na casa dela, um mês depois de Ben-Hur ter falecido. Depois que eu estava morando em São Paulo chegou um dia de inverno, ou não, mas de muito frio, uma carta de Inge: fôra diagnosticada com câncer de pâncreas - lutava e estava positiva.


Hoje foi dia de sopa, sempre remete... Jangada de Medusa também.

Para ver um maravilhoso arquitexto sobre o desenvolvimento do conceito MuBE, de autoria de David Sperling, ative o link:  
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/02.018/828  
E no título da postagem Edelweiss, 
que também remete a carinho,  
cuidado e acolhimento.

15 junho 2011

Salada de Histórias

 
Contar da manhã uma história lilás, 
Do Lobo sem rabo, do rato esperto
Muitos beijos saindo das mamadeira, 
Sorrindo sapecas desalinham desfechos
Dedinhos desenham projetos no céu.
Pula no muro da casa de papel 
O gato do guizo que ninguém se atreve a pendurar
E aprende a lição Euzinha egoísta , a Fada 
Elazinha é que dá as pistas.
Manhã tão bonita nos Rogacionístas!

A Laurinda, contadora de história do Era Uma Vez, gata escondida de rabo de fora, pensa que lente atrevida é estreita. e as primaveras do Padre Lédio que florecem no inverno para combinar com o caramanchão recém pintado.
No título da postagem, a razão para viver.

14 junho 2011

Mas o Público...


Estive sentada por longa hora em um banco no jardim do Páteo do Colégio, uma senhora simpática regava as plantas, pássaros cantavam nos galhos das árvores centenárias e pombas pombeavam na escultura representando o Padre Anchieta cercado de crianças índias, ali no centro de São Paulo, onde a cidade começou. Errara o dia de um evento e então ao sair dali tive um dos mais belos momentos de mais esperançosa euforia que já experimentei em São Paulo...na saída do lugar, próximo ao metrô São Bento, dei de cara com um enorme painel digital que informava o valor arrecadado em impostos até ali, e o número ia aumentando...vontade de ficar um bom tempo, também ali...assisitindo a dinâmica da ecologia econômica...Sei lá que diacho, quase estava hiperventilada, não sei... impostos...tanto! Se revertidos devidamente, ah, que concretização do paraíso... Agora compartilho um texto que relata que aparentemente o Brasil está para aprovar a criação de mais dois Estados, dividindo o Estado do Pará em três: Pará, Tapajós e Carajás. "Em regime de urgência a Câmara dos Deputados, em Brasília, aprovou dia 12 de maio, projeto que autoriza a realização de plebiscito para a criação dos estados de Tapajós e de Carajás.
O IPEA - Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas - acredita que se forem criados, estes estados serão economicamente inviáveis e dependerão da ajuda federal.
O plebiscito acontecerá dentro de seis meses. Pesquisas para saber se a população aprova a criação destes novos estados acontecerão nas cidades dentro dos limites territoriais dos futuros estados. Ou seja: a população de Carajás vai votar se concorda com a criação deste estado. E a população de Tapajós sobre Tapajós. E tome-lhe
abertura de vagas para funcionários públicos federais, estaduais, deputados , senadores, cargos de confiança, além de mais dois governadores e toda a sua hierarquia funcional. Veja a tabela abaixo, quem enviou-me disse que os números podem oscilar, mas não muito, a conclusão é de que o Maranhão possui um santo forte a proteger-lhe, enquanto o restante do pais...
 000,00 (Milhar)
000.000,00 (Milhão)
000.000.000,00 (Bilhão)
000.000.000.000,00 (Trilhão)

 Estado
 Quanto recolhe para Brasília
 Quanto recebe de Brasília
 Resultado final
 Maranhão
 1.886.861.994,84
 9.831.790.540,24
 7.944.928.545,40
 Bahia
 9.830.083.697,06
 17.275.802.516,78
 7.445.718.819,72
 Pará
 2.544.116.965,09
 9.101.282.246,80
 6.557.165.281,71
 Ceará
 4.845.815.126,84
 10.819.258.581,80
 5.973.443.454,96
 Paraíba
 1.353.784.216,43
 5.993.161.190,25
 4.639.376.973,82
 Piauí
 843.698.017,31
 5.346.494.154,99
 4.502.796.137,68
 Alagoas
 937.683.021,32
 5.034.000.986,56
 4.096.317.965,24
 Pernambuco
 7.228.568.170,86
 11.035.453.757,64
 3.806.885.586,78
 Rio Grande do Norte
 1.423.354.052,68
 5.094.159.612,85
 3.670.805.560,17
 Tocantins
 482.297.969,89
 3.687.285.166,85
 3.204.987.196,96
 Sergipe
 1.025.382.562,89
 3.884.995.979,60
 2.859.613.416,71
 Acre
 244.750.128,94
 2.656.845.240,92
 2.412.095.111,98
 Amapá
 225.847.873,82
 2.061.977.040,18
 1.836.129.166,36
 Rondônia
 686.396.463,36
 2.488.438.619,93
 1.802.042.156,57
 Mato Grosso
 2.080.530.300,55
 3.864.040.162,26
 1.783.509.861,71
 Roraima
 200.919.261,72
 1.822.752.349,69
 1.621.833.087,97
 Mato Grosso do Sul
 1.540.859.248,86
 2.804.306.811,00
 1.263.447.562,14
 Goiás
 5.397.629.534,72
 5.574.250.551,47
 176.621.016,75
 Amazonas
 6.283.046.181,11
 3.918.321.477,20
 -2.364.724.703,91
 Espírito Santo
 8.054.204.123,90
 3.639.995.935,80
 -4.414.208.188,10
 Santa Catarina
 13.479.633.690,29
 5.239.089.364,89
 -8.240.544.325,40
Minas Gerais 
 26.555.017.384,87
 17.075.765.819,42
 -9.479.251.565,45
 Paraná
 21.686.569.501,93
 9.219.952.959,85
 -12.466.616.542,08
 Rio Grande do Sul
 21.978.881.644,52
9.199.070.108,62
 -12.779.811.535,90
 Rio de Janeiro
 101.964.282.067,55
 16.005.043.354,79
 -85.959.238.712,76
 São Paulo
 204.151.379.293,05
 22.737.265.406,96
 -181.414.113.886,09
Quando aos políticos, penso que está mais do que na hora de instruirem-se nos preceitos de justiça que o povo brasileiro desde sempre deu mostras de seguir. No livro A Cabala do Dinheiro, de Nilton Bonder, ele cita o Mishná (código das leis  orais) que faz alusão ao sentido da propriedade e da justiça exemplificando quatro tipos de atitude:
...Aquele que diz 'o que é meu é meu e o que é teu é teu' é a atitude de Sodoma e Gomorra;
'o que é meu é teu e o que é teu é meu' atitude do ignorante;
'o que é meu é teu o que é teu é teu' é a atitude do justo;
'o que é meu é meu e o que é teu é meu é a atitude do perverso.

Que não sejam nossos mandatários partidários somente da política montypithoniana que está clara no vídeo que verás se clicares no título da postagem.

10 junho 2011

Paulo Niemeyer Filho para a Revista Poder, introdução de Eleonora Botman


Este é um texto que se deve repassar, recebi-o de um grande amigo que vive nos Estados Unidos da America, pois, nos dá uma bela noticia que enaltece nosso belo e amado país, no tratamento do mal de Parkinson e outras doenças. A reportagem é longa, mas rogo que a leia até o final, pois é muito importante conhecer este belo trabalho do Dr. Paulo. Ontem à noite, já no inicio da madrugada vejo uma reportagem em Minas Gerais, de um tratamento com células tronco em uma pessoa que ficou paraplégica após um acidente de automóvel e que está começando a sentir suas pernas e pelas previsões poderá andar em breve. Outro grande cientista brasileiro que também vive nos EUA e que tem atividades intensas aqui em nosso país, Dr. Miguel Nicolelis, também está fazendo pesquisas para que pessoas com lesões físicas possam voltar à vida normal, realmente essas noticias é que devem correr pela internet, pois vemos nelas um futuro promissor para a humanidade. Não fazer apologia dos títulos, posses e famas, pois essas são efêmeras e nos mostram a realidade: TUDO PASSA, principalmente o tempo que nos faz envelhecer com uma qualidade de vida fictícia. Segue

POR DENTRO DO CÉREBRO - Entrevista com 
Paulo Niemeyer Filho, neurocirurgião  
O neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho conta os avanços nos tratamentos de doenças como o mal de Parkinson e como evitar aneurisma e perda de memória.E projeta, ainda, o futuro próximo, quando boa parte do sistema neurológico estará sob controle do homem. Chegar à casa do neurocirurgião Paulo Niemeyer Filho, no alto da Gávea, no Rio de Janeiro, é uma emoção. A começar pela vista deslumbrante da cidade, passando pelos macacos que passeiam pelos galhos até avistar as orquídeas que caem em pencas das árvores, colorindo todo o jardim. Ou seja: a competência desse médico, com 33 anos de profissão, que dedica sua vida à medicina com a paixão de um garoto, pode ser contada em flores. E são muitas. Filho do lendário neurocirurgião Paulo Niemeyer, pioneiro da microneurocirurgia no Brasil, e sobrinho do arquiteto Oscar Niemeyer, Paulo escolheu a medicina ainda adolescente. Aos 17 anos, entrou na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Quinze dias depois de formado, com 23 anos, mudou-se para a Inglaterra, onde foi estudar neurologia na Universidade de Londres. De volta ao Brasil, fez doutorado na Escola Paulista de Medicina. Ao todo, sua formação levou 20 anos de empenho absoluto.
Mas a recompensa foi à altura. Apaixonado por seu ofício, Paulo chefia hoje os serviços de neurocirurgia da Santa Casa do Rio de Janeiro e da Clínica São Vicente, onde atende e opera de segunda a sábado, quando não há uma emergência no domingo, e ainda encontra tempo para dar aulas no curso de pós-graduação em neurocirurgia na PUC-Rio.
Por suas mãos já passaram o músico Herbert Vianna - de quem cuidou em 2001, depois do acidente de ultraleve em Mangaratiba, litoral do Rio -, o ator e diretor Paulo José, a atriz Malu Mader e, mais recentemente, o diretor de televisão Estevão Ciavatta - marido da atriz Regina Casé que, depois de um tombo do cavalo, recupera-se plenamente -, além de centenas de outros pacientes, muitos deles representados pelas belas flores que enchem de vida o seu jardim.
Revista PODER: Seu pai também era neurocirurgião. Ele o influenciou?
PAULO NIEMEYER: Certamente. Acho que queria ser igual a ele, que era o meu ídolo.
PODER: Seu pai trabalhou até os 90 anos. A idade não é um complicador para um neurocirurgião? Ela não tira a destreza das mãos, numa área em que isso é crucial?
PN: A neurocirurgia é muito mais estratégia do que habilidade manual. Cada caso tem um planejamento específico e isso já é a metade do resultado. Você tem de ser um estrategista.
PODER: O que é essa inovação tecnológica que as pessoas estão chamando de marcapasso do cérebro?
PN: Tem uma área nova na neurocirurgia chamada neuromodulação, o que popularmente se chama de marcapasso, mas que nós chamamos de estimulação cerebral profunda. O estimulador fica embaixo da pele e são colocados eletrodos no cérebro, para estimular ou inibir o funcionamento de alguma área. Isso começou a ser utilizado para os pacientes de Parkinson. Quando a pessoa tem um tremor que não controla, você bota um eletrodo no ponto que o está provocando, inibe essa área e o tremor pára. Esse
procedimento está sendo ampliado para outras doenças. Daqui a um ou dois anos, distúrbios alimentares como obesidade mórbida e anorexia nervosa vão ser tratados com um estimulador cerebral. Porque não são doenças do estômago, e sim da cabeça.
PODER: O que se conhece do cérebro humano?
PN: Hoje você tem os exames de ressonância magnética, em que consegue ver a ativação das áreas cerebrais, e cada vez mais o cérebro vem sendo desvendado.
Ainda há muito o que descobrir, mas com essas técnicas de estimulação você vai entendendo cada vez mais o funcionamento dessas áreas. O que ainda é um mistério é o psiquismo, que é muito mais complexo. Por que um clone jamais será igual ao original?
Geneticamente será a mesma coisa, mas o comportamento depende muito da influência do meio e de outras causas que a gente nunca vai desvendar totalmente.
PODER: Existe uma discussão entre psicanalistas e psiquiatras, na qual os primeiros apostam na melhora por meio da investigação da subjetividade, e os últimos acreditam que boa parte dos problemas psíquicos se resolve com remédios.. Qual é sua opinião?
PN: Há casos de depressão que são causados por tumores cerebrais: você opera e o doente fica bem. Há casos de depressão que são causados por deficiência química: você repõe a química que está faltando e a pessoa fica bem. Numa época em que se fazia psicocirurgia existiam doentes que ficavam trancados num quarto escuro e quando faziam a cirurgia se livravam da depressão e nunca mais tomavam remédio. E há os casos que são puramente psíquicos, emocionais, que não têm nenhuma indicação de tomar remédio.
PODER: Já existe alguma evolução na neurologia por causa das células-tronco?
PN: Muito pouco. O que acontece com as células-tronco é que você não sabe ainda como controlar. Por exemplo: o paciente tem um déficit motor, uma paralisia, então você injeta lá uma célula-tronco, mas não consegue ter certeza de que ela vai se transformar numa célula que faz o movimento. Ela pode se transformar em outra coisa, você não tem o controle, ainda.
PODER: Existe alguma coisa que se possa fazer para o cérebro funcionar melhor?
PN: Você tem de tratar do espírito. Precisa estar feliz, de bem com a vida, fazer exercício. Se está deprimido, com a autoestima baixa, a primeira coisa que acontece é a memória ir embora; 90% das queixas de falta de memória são por depressão, desencanto, desestímulo. Para o cérebro funcionar melhor, você tem de ter motivação. Acordar de manhã e ter desejo de fazer alguma coisa, ter prazer no que está fazendo e ter a autoestima no ponto.
PODER: Cabeça tem a ver com alma?
PN: Eu acho que a alma está na cabeça. Quando um doente está com morte cerebral, você tem a impressão de que ele já está sem alma... Isso não dá para explicar, o coração está batendo, mas ele não está mais vivo.
PODER: O que se pode fazer para se prevenir de doenças neurológicas?
PN: Todo adulto deve incluir no check-up uma investigação cerebral. Vou dar um exemplo: os aneurismas cerebrais têm uma mortalidade de 50% quando rompem, não importa o tratamento. Dos 50% que não morrem 30% vão ter uma sequela grave: ficar sem falar ou ter uma paralisia. Só 20% ficam bem. Agora, se você encontra o aneurisma num checkup, antes dele sangrar, tem o risco do tratamento, que é de 2%, 3%. É uma doença muito grave, que pode ser prevenida com um check-up.
PODER: Você acha que a vida moderna atrapalha?
PN: Não, eu acho a vida moderna uma maravilha. A vida na Idade Média era um horror. As pessoas morriam de doenças que hoje são banais de ser tratadas. O sofrimento era muito maior. As pessoas morriam em casa com dor. Hoje existem remédios fortíssimos, ninguém mais tem dor.
PODER: Existe algum inimigo do bom funcionamento do cérebro?
PN: O exagero. Na bebida, nas drogas, na comida. O cérebro tem de ser bem tratado como o corpo. Uma coisa depende da outra. É muito difícil um cérebro muito bem num corpo muito maltratado, e vice-versa.
PODER: Qual a evolução que você imagina para a neurocirurgia?
PN: Até agora a gente trata das deformidades que a doença causa, mas acho que vamos entrar numa fase de reparação do funcionamento cerebral, cirurgia genética, que serão cirurgias com introdução de cateter, colocação de partículas de nanotecnologia, em que você vai entrar na célula, com partículas que carregam dentro delas um remédio que vai matar aquela célula doente. Daqui a 50 anos ninguém mais vai precisar abrir a cabeça.
PODER: Você acha que nós somos a última geração que vai envelhecer?
PN: Acho que vamos morrer igual, mas vamos envelhecer menos. As pessoas irão bem até morrer. É isso que a gente espera. Ninguém quer a decadência da velhice. Se você puder ir bem de saúde, de aspecto, até o dia da morte, será uma maravilha, não é?
PODER: Você não vê contra indicações na manipulação dos processos naturais da vida?
PN: O que é perigoso nesse progresso todo é que, assim como vai criar novas soluções, ele também trará novos problemas. Com a genética, por exemplo, você vai fazer um exame de sangue e o resultado vai dizer que você tem 70% de chance de ter um câncer de mama. Mas 70% não querem dizer que você vai ter, até porque aquilo é uma tendência. Desenvolver depende do meio em que você vive, se fuma, de muitos outros fatores que interferem. Isso vai criar um certo pânico. E, além do mais, pode criar problemas, como a companhia de seguros exigir um exame genético para saber as suas tendências. Nós vamos ter problemas daqui para frente que serão éticos, morais, comportamentais, relacionados a esse conhecimento que vem por aí, e eu acho que vai ser um período muito rico de debates.
PODER: Você acredita que na hora em que as pessoas puderem decidir geneticamente a sua hereditariedade e todo mundo tiver filhos fortes e lindos, os valores da sociedade vão se inverter e, em vez do belo, as qualidades serão se a pessoa é inteligente, se é culta, o que pensa?
PN: Mas aí você vai poder escolher isso também. Esse vai ser o problema: todo mundo vai ser inteligente. Isso vai tirar um pouco do romantismo e da graça da vida. Pelo menos diante do que a gente está acostumado. Acho que a vida vai ficar um pouco dura demais, sob certos aspectos. Mas, por outro lado, vai trazer curas e conforto.
PODER: Hoje a gente lida com o tempo de uma forma completamente diferente. Você acha que isso muda o funcionamento cerebral das pessoas?
PN: O cérebro vai se adaptando aos estímulos que recebe, e às necessidades. Você vê pais reclamando que os filhos não saem da internet, mas eles têm de fazer isso porque o cérebro hoje vai funcionar nessa rapidez. Ele tem de entrar nesse clique, porque senão vai ficar para trás. Isso faz parte do mundo em que a gente vive e o cérebro vai correndo atrás, se adaptando.
PODER: Já aconteceu de você recomendar um procedimento e a pessoa não querer fazer?
PN: A gente recomenda, mas nunca pode forçar. Uma coisa é a ciência, e outra é a medicina. A pessoa, para se sentir viva, tem de ter um mínimo de qualidade. Estar vivo não é só estar respirando. A vida é um conjunto. Há doentes que preferem abreviar a vida em função de ter uma qualidade melhor. De que adianta ficar ali, só para dizer que está vivo, se o sujeito perde todas as suas referências, suas riquezas emocionais, psíquicas. É muito difícil, a gente tem de respeitar muito.
PODER: Como é o seu dia a dia?
PN: Eu opero de segunda a sábado de manhã, e de tarde atendo no consultório. Na Santa Casa, que é o meu xodó, nós temos 50 leitos, só para pessoas pobres. Eu opero lá duas vezes por semana. E, nos outros dias, na Clínica São Vicente. O que a gente mais opera são os aneurismas cerebrais e os tumores. Então, é adrenalina todo dia. Sem ela a gente desanima e o cérebro funciona mal. (risos)
PODER: Você é workaholic?
PN: Não é que eu trabalhe muito, a minha vida é aquilo. Quando viajo, fico entediado. Depois de alguns dias, quero voltar. Você perde a sua referência, está acostumado com aquela pressão, aquele elástico esticado.
PODER: Como você lida com a impotência quando não consegue salvar um paciente?
PN: É evidente que depois de alguns anos, a gente aprende a se defender. Mas perder um doente faz mal a um cirurgião. Se acontece, eu paro com o grupo para discutir o que se passou, o que poderia ter sido melhor, onde foi a dificuldade. Não é uma coisa pela qual a gente passe batido. Se o cirurgião acha banal perder um paciente é porque alguma coisa não está bem com ele mesmo.
PODER: Como você lida com as famílias dos seus pacientes?
PN: Essa relação é muito importante. As famílias vão dar tranquilidade e confiança para fazer o que deve ser feito. Não basta o doente confiar no médico. O médico também tem de confiar no doente. E na família. Se é uma família que cria caso, que é brigada entre si, dividida, o cirurgião já não tem a mesma segurança de fazer o que deve ser feito. Muitas vezes o doente não tem como opinar, está anestesiado e no meio de uma cirurgia você encontra uma situação inesperada e tem de decidir por ele. Se tem certeza de que ele está fechado com você, a decisão é fácil. Mas se o doente é uma pessoa em quem você não confia, você fica inseguro de tomar certas decisões. É uma relação bilateral, como num casamento. Um doente que você opera é uma relação para o resto da vida.
Poder: Você acredita em Deus?
PN: Geralmente depois de dez horas de cirurgia, aquele estresse, aquela adrenalina toda, quando você acaba de operar, vai até a família e diz: "Ele está salvo". Aí, a família olha pra você e diz: "Graças a Deus!". Então, a gente acredita que não fomos apenas nós.
PODER: Como você relaxa?
PN: Estudando. A coisa que mais gosto de fazer é ler. Sábado e domingo, depois do almoço, gosto de sentar e ler, ficar  sozinho em silêncio absoluto.
PODER: E o que gosta de ler?
PN: Sobre medicina ou história. Agora estou lendo um livro antigo, chamado Bandeirantes e Pioneiros, do Vianna Moog, no qual ele compara a colonização dos Estados Unidos com a do Brasil. E discute por que os Estados Unidos, com 100 anos a menos que o Brasil, tiveram um enriquecimento e um progresso tão rápidos. Por que um país se desenvolveu em progressão geométrica e o outro em progressão aritmética.
Foto, meu mural inacabado: fotografada por Camille Luar