26 maio 2012

Casa das Rosas, Eduardo Tornaghi e Família

      O lançamento do livro Matéria de Rascunho -Ensaio do Poeta de Eduardo Tornaghi e Família, fez a florada espiritual da Casa das Rosas pulsar encantada.       Recebendo amigos, convidados, transeuntes desavisados e habitues, Tornaghi, em sutil performance conduziu o lançarau com arte, beleza e requinte, características já associadas ao artista por seu mestre e incentivador Cairo de Assis Trindade, que escreve a orelha do Matéria de Rascunho, que está em sua segunda edição. 
     Prestigiando Tornagui entre outros estiveram presentes os poetas de Campinas, os paulistanos, os expoentes do Poesia Malouqueirista e Ugo Giorgetti, o diretor e produtor do filme O Príncipe, que ele estrelou em 2002 ao lado de Bruna Lombardi
     O calibrado poeta escudeiro, o Dudu Pererê, Pereira dos de Santa Catarina migrados para o Rio de Janeiro, deu o chute inicial e fez os passes da noite, de poema em poeta, bocas expondo rimas, vísceras e vicissitudes. 
     A bola volta e meia ficou com Bibi, a filha mais nova (10 anos) de Tornaghi e Selma. Bibi se auto proclamou a Libélula, a da poesia que colocou pai e filhas em cena poetizando a vontade de pertencer do iridiscente insetinho vaidoso. As meninas Carolina e Bibi e o pai afinadinhos se apresentaram, Selma assistia sorrindo com jeitinho de diretora que não enganou a ninguém, e se for, o faz muito bem. Dizem que saraus assim são tradição no apartamento dos Tornaghi, no Leme, diz que sorte tem quem é convidado, e muito mais quem vai.
 Neyde e Henrique Fraiman, os sogros de Tornaghi - recepcionando
Com os autores, após autografarem meu exemplar de Matéria de Rascunho.


Humildade


Toda cor do mundo
Impressão
Toda dor funda
Lição
tudo sim
tudo não
Assim como água
Sigo o mais baixo
Se encontro obstáculo
Empoço
Espelho
Espio o céu
Espero paciente
Que o tempo me eleve
Até o ruído
E transbordo
Fluído


Eduardo Tornaghi http://papopoetico.blogspot.com
Facebook: Pelada Poética no Leme

22 maio 2012

Fabríco Cobra Arbex - Comitê de Política Urbana da Distrital de Pinheiros

A segunda reunião do  Comitê Técnico de Política Urbana da Distrital Pinheiros, ocorrerá no próximo dia 24/05, 5ª feira, das 11h30 às 13hs, na Associação comercial de Pinheiros.
O Comitê liderado por Fabrício Cobra Arbex dará continuidade ao estudo do Desenvolvimento Urbano através dos Planos Regionais Estratégicos da Subprefeitura de Pinheiros, visando traçar documento com sugestões das necessidades atualizadas da região de Pinheiros e aprofundar-se no conhecimento dos novos Planos Regionais que deverão ser desenvolvidos pela Prefeitura e Câmara Municipal em 2013. 
Na primeira reunião foram levantadas questões tais como casos de ruas onde o comércio é proibido, no entanto funciona,  tendo a área disposição natural para tanto, vocação que não deveria ser constrangida mas incentivada ajustando-se o planejamento. 
O Comitê segue cronograma de discussões e com as sugestões dos integrantes aprimora-as avançando  para a elaboração do documento que contará inclusive com minucioso estudo fotográfico dos casos e projetos a serem apresentados em 2013.
Nesta quinta-feira será entregue a parte do Plano Regional a ser discutida no encontro seguinte.

Fabrício Cobra é advogado e atua na área concorrencial, administrativo, de regulação e defesa comercial. Formou-se em 2004 na Faculdade de Direito da USP/SP, é também graduado em Economia pela FAAP/SP (1998), mestrando em Direito pela PUC/SP – Área de Difusos e Coletivos e membro da Comissão de Estudos da Concorrência e Regulação Econômica da OAB/SP e do Instituto Brasileiro de Estudos de Concorrência - IBRAC.
E-mail para mais informações, tratar com Malu de Ranieri:dpinheiros@acsp.com.br


Foto que fiz na reunião anterior: Alguns integrantes do Comitê (que tenho a honra de integrar). Fabrício Arbex, aparece em pé com a arquiteta urbanista representante da Central  de Política Urbana, Suly Alonso. Entre os participantes: Sergio AndreucciCida Mamoni, Ivan Simões Lopes e Ana Mortari.


Para o texto vídeo de Mary Schmich, clique no título ou aqui: http://youtu.be/lzc1O8-yQtU

17 maio 2012

Cavalheiro



Um professor pode ser cavalheiro, uma atriz pode ser uma dama, porque não?
Um professor pode ser uma diva, uma atriz pode ser um diva também. 
Ser diva, é ser uma pessoa querida, atenciosa,que brilha e marca por onde passa, é uma pessoa que todos gostam, diz o dicionário. O Kati iluminava e apaziguava durante suas aulas, e não havia resiliente que permanecesse intratável quando ele perguntava com interesse verdadeiro: -O que está havendo, você precisa de ajuda, se não, pode nos ajudar aqui com este assunto? Tive aulas com ele por três anos. José Carlos Corrêa, o Kati, lecionava Geografia, História, EMOCI e Religião, então com ele falávamos de tudo, ele falava baixo e suavemente com voz de arroio, e eu me encantava mais pelo efeito que ele fazia na turma geralmente indiciplinada quando outros professores estavam com a batuta. 
Era o regente, acredito que da maioria das turmas. 
Um cavalheiro...durante uma de suas aulas discutíamos os grupos étnicos que colonizaram o centro do estado do Rio Grande do Sul, e quando cada um falou sobre sua origem ancestral, a brincadeira surgiu; Kati era o único afro-descendente da cidade, será? 
Contei que minha melhor amiga da primeira série, uma que tinha trancinhas duras e modeláveis, que eu tentava imitar exaustivamente sem sucesso, era negra - a Fátima - Kati sorriu daquele jeitinho amável e disse: -Fátima é minha minha filha, e então tu estudastes a primeira série no Ademar Porto Alegre. 
Kati, meu melhor professor, Fátima minha melhor amiga, empatia, traço familiar -coisas séria! 
Hoje estou pintando um Jesus sorrindo, encomenda de uma médica holística. Enquanto pintava, a tevê gritava noticiário, nos intervalos a voz de uma actriz conhecida dizia: Eu sou uma atriz, é minha profissão, não sou uma dama, ou uma diva, sou só uma atriz. E em cada intervalo esta mensagem martelava. 
Do que ela tem medo, o que ela não quer ser, que imagem lhe causa repulsa? 
Juntei mentalmente ao clip de uma música  que recebi para apreciar, nele uma atriz representa uma adolescente cambaleante com uma garrafa de vodka na mão e um cigarro entre os dedos bebia no gargalo por haver sido rejeitada pelo rapaz que gostava. Não sei... 

Foto: professor José Carlos Correa, e eu.
Este texto já publicado no Flor Amarela em maio de 2011 

No título da postagem, Elis fala que comum é a casa.

Relógio

Perolim perolam, o pescoço enrolado em lã. 
Aguardo passar a trilha apertando o freio, determinada mas cônscia da falsa proteção da ilha. Automóveis de olhos amarelos e vermelhos tão acesos, apáticos ao ar gelado do exterior escorregam com trezentas setas ventando.
Lava quente de metal prateado recém expelido das garagens, dos escritórios, das lojas e dos negócios...E as motos; pássaros magros de cabeças redondas sustentadas por pescoços reluzentes e negros, histéricas grasnam buzinas, desesperadas procurando o pouso.
Petapi pariri-tiri, o queixo quente escondido na gola repica o conforto das luvas vermelhas e leves, luvas presente que escondem as mãos pintadas e ativas, mãos de guerra e paz de pintar paredes salpicadas talvez da salsa recém cortada. Viva.
Sendo inverno, final de tarde, por-da-chuva -pode chover, é claro - é Sampa!, acaba a jornada e as ruas usam perfume. 
É com o pão de queijo e o café com leite que o mundo diurno começa a se aninhar: 
-Boa noite colega, boa noite seu Afonso, dona Laurinda, bela, querido, não, chega amanhã, mas tem esse outro que está fresquinho.
Vejo e passo; ombros eretos e mãos vasculhando bolsos, retirando papéizinhos verificando os gastos nas filas dos caixas nas padarias em colorida ordem,  prosaica e enternecedora...agradeço a nuvem que me trouxe aqui. 
Eu sinto 
quando relaxo 
ao lado da escola os ventos de açúcar queimado atiçando os narizes gelados, que redobram minha alegria em ver pipoca servida por carrinhos iluminados.
São Paulo pede aos homens por barriga quente antes da soneca nos ônibus nos quais as penteadas mulheres sacudidas apertam sacolas no colo, cochilando antes da segunda jornada que vem antes da noitada.
Isso, hoje não vi, mas sinto assim, uma vez estive lá e eles nem deram por mim.


Foto, fiz no Catavento Cultural - Palácio da Indústrias


Como um feixe de trigo...Gibran Khalil; o que faz o Amor, no título da publicação e aqui:http://youtu.be/yxUHG-4DUw0

16 maio 2012

Cura: Mãos Quentes

O velho medo do novo
Sabe a luz fria da chuva
Líquida de limão
Que a língua escopeta corta
Pinga 
Arde 
Distorcendo a visão.


Foto da primeira chuva do frio, vídeo no link: Vangelis em sépia:http://youtu.be/z4R4PVEwX5U

14 maio 2012

Rua Heitor Penteado

Retorno da rua brilhante de fina garoa
Chegar é alcançar o remanso; uma árvore, um ninho após a correnteza
da mística Heitor Penteado do fluxo tramado em transitada aflição
Que vem está quase em casa
Os que vão 
veem a Paulista.
É meio da tarde molhada apropriada para patos de borracha carregados de sabonete de erva-doce no vapor confortável de um banho quente.
Mas hoje homens e mulheres pilotam cisnes que buzinam brincando de entrechocar-se no asfalto afunilado.
Onde não interessa o café fresco, a criança encasacada, a reunião, a comissão, o protesto... ali é somente ir em frente empurrando a rocha emperrada da via que foi idílica, teve mística e hoje que tudo aumentou, é obsoleta. 
Cheguei, o mundo é novo depois que abro a fôrma e 
alumbra um cristal manual concretizado em nuances douradas. 
Dentro dele, ou de mim, uma menina aprende, dentro do seu peito, o Sol quente.


Fotografada por Camille Luar a desenformar uma biblioteca, uma ave, um lugar, ou o centro de uma estrela de seis pontas


No título ou aqui - La petit fille de la mer: http://youtu.be/UdPOCQGYwrk



10 maio 2012

Para os que amam ter por perto, tocar, cheirar, olhar e adoram viajar sobre papel - Ana Lúcia convoca: "É no Rio de Janeiro!"


O  curso "Bibliotecas: uma abordagem para leigos", acontecerá todas as terças de maio, das 10 às 12 horas, e tratará dos modos de cuidar da própria biblioteca, conscientizando o colecionador sobre o momento de contratar o bibliotecário e sobre a complexidade do trabalho desse profissional.
As inscrições são gratuitas e podem ser feitas no sítio dos organizadores
(http://www.pensamentoearte.com.br/evento.php?id=13), ou pelo telefone 3235-3799, com Daniel, a partir das 11 horas da manhã.  


Clique aqui, ou no título e veja Willow, filme completo, antigo e bom, assisti na semana passada com meus filhos e amei: http://youtu.be/UHDfwzix8A8

08 maio 2012

Porque somos "estimulados" a desviar o foco?


Este artigo é de  2009 . Por Sandra Cavalcanti
Entre as lembranças de minha vida, destaco a alegria de lecionar Português e
Literatura no Instituto de Educação, no Rio.
Começávamos nossa lida, pontualmente, às 7h15.
Sala cheia, as alunas de blusa branca engomada, saia azul, cabelos
arrumados.
Eram jovens de todas as camadas.
Filhas de profissionais liberais, de militares, de professores, de
empresários, de modestíssimos comerciários e bancários.
Elas compunham um quadro muito equilibrado.
Negras, mulatas, bem escuras ou claras, judias, filhas de libaneses e
turcos, algumas com ascendência japonesa e várias nortistas com a inconfundível mistura de sangue indígena.
As brancas também eram diferentes.
Umas tinham ares lusos, outras pareciam italianas.
Enfim, um pequeno Brasil em cada sala.Todas estavam ali por mérito!
O concurso para entrar no Instituto de Educação era famoso pelo rigor e pelo
alto nível de exigências.
Na verdade, era um concurso para a carreira de magistério do primeiro grau,
com nomeação garantida ao fim dos sete anos.
Nunca, jamais, em qualquer tempo, alguma delas teve esse direito, conseguido por mérito, contestado por conta da cor de sua pele!
Essa estapafúrdia discriminação nunca passou pela cabeça de nenhum político,
nem mesmo quando o País viveu os difíceis tempos do governo autoritário.
Estes dias compareci aos festejos de uma de minhas turmas, numa linda missa na antiga Sé, já completamente restaurada e deslumbrante.
Eram os 50 anos da formatura delas!
Lá estavam as minhas normalistas, agora alegres senhoras, muitas vovós,
algumas aposentadas, outras ainda não.
Lá estavam elas, muito felizes.
Lindas mulatas de olhos verdes. Brancas de cabelos pintados de louro. Negras
elegantérrimas, esguias e belas. Judias com aquele ruivo típico. E as
nortistas, com seu jeito de índias. Na minha opinião, as mais bem
conservadas.
Lá pelas tantas, a conversa recaiu sobre essa escandalosa mania de cotas
raciais.
Todas contra! Como experimentadas professoras, fizeram a análise certa.
Estabelecer igualdade com base na cor da pele?
A raiz do problema é bem outra.
Onde é que já se viu isso?
Se melhorassem de fato as condições de trabalho do ensino de primeiro e
segundo graus na rede pública, ninguém estaria pleiteando esse absurdo.
Uma das minhas alunas hoje é titular na Uerj. Outra é desembargadora. Várias são ainda diretoras de escola. Duas promotoras.
As cores, muitas. As brancas não parecem arianas. Nem se pode dizer que
todas as mulatas são negras.
Afinal, o Brasil é assim. A nossa mestiçagem aconteceu.
O País não tem dialetos, falamos todos a mesma língua. Não há repressão
religiosa.
A Constituição determina que todos são iguais perante a lei, sem distinção
de nenhuma natureza!
Portanto, é inconstitucional querer separar brasileiros pela cor da pele.
Isso é racismo! E racismo é crime inafiançável e imprescritível.
Perguntei: qual é o problema, então?É simples, mas é difícil.
A população pobre do País não está tendo governos capazes de diminuir a
distância econômica entre ela e os mais ricos. Com isso se instala a
desigualdade na hora da largada. Os mais ricos estudam em colégios
particulares caros. Fazem cursinhos caros. Passam nos vestibulares para as
universidades públicas e estudam de graça, isto é, à custa dos impostos
pagos pelos brasileiros, ricos e pobres.
Os mais pobres estudam em escolas públicas, sempre tratadas como
investimentos secundários, mal instaladas, mal equipadas, mal cuidadas, com
magistério mal pago e sem estímulos.Quem viveu no governo Carlos Lacerda se lembra ainda de como o magistério público do ensino básico era bem
considerado, respeitado e remunerado.
Hoje, com a cidade do Rio de Janeiro devastada após a administração de
Leonel Brizola, com suas favelas e seus moradores entregues ao tráfico e à
corrupção, e com a visão equivocada de que um sistema de ensino depende de
prédios e de arquitetos, nunca a educação dos mais pobres caiu a um nível
tão baixo.
Achar que os únicos prejudicados por esta visão populista do processo educativo são os negros é uma farsa. Não é verdade.Todos os pobres são
prejudicados: os brancos pobres, os negros pobres, os mulatos pobres, os
judeus pobres, os índios pobres!
Quem quiser sanar esta injustiça deve pensar na população pobre do País, não
na cor da pele dos alunos.
Tratem de investir de verdade no ensino público básico.
Melhorar o nível do magistério. Retornar aos cursos normais.
Acabar com essa história de exigir diploma de curso de Pedagogia para
ensinar no primeiro grau. Pagar de forma justa aos professores, de acordo
com o grau de dificuldades reais que eles têm de enfrentar para dar as suas
aulas. Nada pode ser sovieticamente uniformizado. Não dá.
Para aflição nossa, o projeto que o Senado vai discutir é um barbaridade do
ponto de vista constitucional, além de errar o alvo.
Se desejam que os alunos pobres, de todos os matizes, disputem em condições de igualdade com os ricos, melhorem a qualidade do ensino público.
Economizem os gastos em propaganda.
Cortem as mordomias federais, as estaduais e as municipais.
Impeçam a corrupção. Invistam nos professores e nas escolas públicas de
ensino básico.
O exemplo do esporte está aí: já viram algum jovem atleta, corredor, negro
ou não, bem alimentado, bem treinado e bem qualificado, precisar que lhe
dêem distâncias menores e coloquem a fita de chegada mais perto? É claro que não. É na largada que se consagra a igualdade.
Os pobres precisam de igualdade de condições na largada.
Foi isso o que as minhas normalistas me disseram na festa dos seus 50 anos
de magistério!
Com elas, foi assim.


*Sandra Cavalcanti, professora, jornalista, foi deputada federal
constituinte, secretária de Serviços Sociais no governo Carlos Lacerda,
fundou e presidiu o BNH no governo Castelo Branco - Muito bem lembrado!!!

Foto: Joseph na Estação Catavento Cultural, em 2011


No título, ou aqui; elucidada a conspiração:http://youtu.be/Ua4JN17bXs4

07 maio 2012

Publicado no Diário da Manhã em 2003

Declarar publicamente o que pensamos é certeza de incômodo. 
O presidente Lula o faz sem rodeios. Reafirmou que mesmo que o congresso fique contra, ele vai fazer reformas. Depois que escrevi na coluna da semana passada que acho jóia que o Presidente faça mudanças, alguns conhecidos fingiram que não me ver na rua, mas recebi alguns cumprimentos. 
Porém, a verdade, quem saberá? Talvez tenha me precipitado. 
De que reformas estará falando? 
Da reforma na previdência, espero... Meu correspondente em Frankfurt aumenta minha angústia ao comentar: "O seu presidente diz uma coisa, mas o ministro Amorim diz outra". Pergunta o que nós brasileiros pensamos da intimidade do nosso Lula com o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, se percebemos que esta aproximação é indício do rumo que as coisas podem tomar na potência Brasil. Respondo que não sei, que vou ficar atenta. 
O noticiário diz que o nosso Lula é muito habilidoso, que esta avançando em conversações com o Fidel Castro e com o Hugo Chávez, dois líderes que sempre foram difíceis em diálogos. Não quero ser cega, fico na ponta dos pés, espicho o pescoço, arregalo os olhos. 
Só enxergo uma densa nuvem envolvendo o poder, o propósito é o de confundir, nos tornar uma multidão de neurastênicos, pendentes e dependentes de suas decisões, que somos, roendo as unhas, estralando os dedos e torcendo para que, apesar dos titubeios e deslizes, no final, más decisões não nos arranquem o couro. 
Cabeça entre as mãos – canseira. Sou tomada de desânimo e dúvidas. O presidente da Venezuela, apesar das críticas, pode não ser o bicho que estão pintando. Será boa companhia para nosso Lula? Abro o jornal e dizem que ele luta contra os interesses escusos que os americanos tem em seu bonito e petrolífero país. 
A Venezuela é o quarto maior exportador mundial e o terceiro maior para os Estados Unidos. Uma amiga venezuelana argumenta que o que falam de bem sobre ele é fruto de uma campanha publicitária milionária, que ele acabou com as instituições democráticas. 
Muitos venezuelanos declaram que ele é um ditador autoritário, outros dizem que ele reformou seu país, para melhor. 
Meus olhos ardem, já passa da meia noite, entre descobrir a verdade e seguir sendo assaltada por todas as dúvidas possíveis, chega a madrugada. 
A única certeza é que já não conseguirei mais fazer a caminhada matinal, talvez nem trabalhar a manhã toda, tampouco com alegria. Certamente essa cara acordará às dez da manhã, amarela, amassada, com olheiras de panda; a imagem desoladora refletida no espelho será o fruto de meus questionamentos. Igual os sofistas gregos, concluo que vivemos em um mundo estruturado para confundir. Se pegamos o caminho errado? Na chegada ao inferno, encontraremos os demônios que nos iludiram em vida, nos recebendo aos berros : -Otários, entre gargalhadas. Isso, ainda? Sem encontrar a solução para estas questões sobre as quais pondero por idealismo e nas quais os outros trabalham por dinheiro, concluo que o melhor que tenho a fazer é...pesquisar mais um pouco! 
Desenvolver ceticismo. Na net peço uma pesquisa sobre Fidel Castro. Na tela abre-se um quadro vermelhão com letras brancas, foices e pontas se chacoalham e fazem círculos. Salto fora, ouço a voz da minha mãe entranhada em meu subconsciente me mandando dormir.- Mãe...estou fazendo a minha parte, preciso analisar a questão para fazer escolhas sensatas. 
A mãe, prática, responde: - Você se desgasta à toa, quer morrer cedo? Quem se interessa em tornar este mundo sensato? Você ouviu hoje mesmo na voz do Brasil, que o neto do senador mais criticado do país, foi eleito deputado, dando assim, seqüência à oligarquia familiar? Desliga isso e vai dormir! Amanhã tens que trabalhar no quadro para o concurso, passar no banco, falar com a Têre, procurar as notas fiscais do rádio que estragou, entregar o vídeo na locadora, não te basta? 
Desligo o computador e me deito vestindo o blusão de lã de lhama. Em Erechim estamos a 700 m acima do nível do mar, noite fria de bater queixo. Antes de adormecer tento recordar onde foi que li que na Venezuela, em 11 de abril de 2002, durante uma gigantesca marcha de protesto na qual as pessoas pediam a renúncia do presidente Hugo Chávez, e protestavam contra o fechamento de cinco estações de tv pela alegação de abuso da liberdade de expressão, a multidão foi debandada a tiros. 
Dezenove pessoas morreram e oitenta e oito ficaram feridas. 
Isso é real ou pesadelo? 
Vou escrever uma carta pedindo ao nosso Lula que seja mais pragmático em seus discursos, que se afaste deste menino...o Hugo Chávez... e que não esqueça de escovar os dentes antes de dormir...


Crônica que escrevi e foi publicada no Jornal Diário da Manha -Erechim RS,  28/06/2003
Imagem: Fotografei no Parque Villa Lobos, no Dia do Trabalhador


Clique no título ou aqui e veja o encontro entre André Rieu e Frank Sinatra http://www.youtube.com/watch_popup?v=prO85LDlvEA&feature=youtu.be

04 maio 2012

Feliz Aniversário! 15 Anos do Centro de Voluntariado de São Paulo

Para o show das flores por André Rieu, clique no título da publicação - Feliz Aniversário, equipe séria e competente do CVSP!! 

Messias Carvalho e Fred Mesquita no Espaço Francis Bacon - Loja Rosacruz

 Um jovem envelhecido precocemente empreende uma jornada que inicia na mineração de escritos guardados em suas gavetas - os tais mortos amarrados ao casco do navio afundado de sua vida, conforme definiu Mario Quintana sobre cartas antigas - e adernando, agarrado aos fantasmas, sufocado pela constatação de que não viveu realmente, materializa como eficiente escultor do verbo, os vultos que construíram sua história, que influíram em suas decisões. 
O brilhante e intenso ator, Messias Carvalho, interpreta o monólogo "Salve-me", é visitado por muitas visagens, que o espectador não tem dúvidas: gravitam ao seu redor no palco, tal é a damaticidade do texto; testemunha e se envolve na trama da existência contida, da análise dos personagens importantes de sua vida, que ele esquadrinha e reavalia. 
A peça, baseada nos contos de Guy de Maupassant foi apresentada em uma prévia lotada no palco do Espaço Francis Bacon da Loja Rosacruz (Borges Lagoa, 1345, fone: 11 5549-0012) no último sábado, dia 28 de abril.
A música do espetáculo é do Rodrigo Basso, que veste de emoções sonoras cada cena, toda invocação feita por Messias. 
O direção é do competente Frederico Mesquita, também ator integrante da consagrada Companhia Antunes Filho, há 6 anos. Fred é formado em Artes Cênicas pela USP, já atuou em espetáculos no Panamá, Portugal, Espanha, França, Chile, Equador, Venezuela, Inglaterra e Colômbia, tendo trabalhado no exterior com Enrique Buenaventura, e Santiago Garcia, pioneiros no método de criação coletiva. 
Na loja Rosacruz, Fred é o responsável pelo setor teatral e o amado  orientador da Ordem Juvenil.
Após a apresentação da peça, Fred e Messias receberam um honroso troféu da Cavaleiro Rosacruz, que lhes foi entregue pelo Mestre da Equipe Ritualística. 
Para ver a agenda do espetáculo, acesse o site da peça:http://www.salvemeteatro.com


Fotos gentilmente autorizadas pelo Mestre Antônio Accurso Netto, feitas através do celular de Camille Luar.


Clique no título do post e veja os Beatles com maravilhosa compilação de imagens: Here Comes the Sun

03 maio 2012

Bibliotecas Públicas Municipais de São Paulo - A Vida é Bela!


ENCONTROS
Fazendo peraltagens com as palavras
Com Ilan Brenman, professor, escritor, psicólogo, consultor e contador de
histórias.O objetivo é oferecer ferramentas para a realização da prática de ler e contar histórias; ampliar repertório do mundo literário oral e escrito;
oferecer ferrramentas para compreensão dos fenômenos psíquicos, cognitivos e
afetivos relacionados com a literatura oral e escrita.
5 de maio (sáb) – das 10 às 14h – BP Hans Christian Andersen 
Teatro
Cidade Azul - Cia Truks
O espetáculo conta como nasce e cresce uma amizade entre duas crianças de
realidades diferentes: um menino das ruas e uma menina perdida pelas ruas.
Livre. 50 min.
5 de maio (sáb) – 11h – BP Belmonte
6 de maio (dom) – 16h – BP Viriato Corrêa
O Fantasma de Canterville
Com Grupo OPS de Teatro. Texto: Oscar Wilde. Adaptação: Jobson Gil
Ricciardi.
Uma família se muda para uma localidade pacata e afastada da cidade. Na casa habita um fantasma que já expulsou várias pessoas que ali moraram.
5 de maio (sáb) – 15h – Biblioteca Infantojuvenil Monteiro Lobato
Leitura encenada do texto “Macaco peludo”
Com Cia. Triptal, Dir: André Garolli
A rica Mildred desce ao porão de navio para conhecer os trabalhadores das
fornalhas. Lá conhece Yank. A moça desfalece diante de tanta brutalidade...A
apresentação será seguida de debate com o público.
9 de maio (qua) – 19h30 – BP Álvares de Azevedo
10 de maio (qui) – 19h30 – BP Álvares de Azevedo


Aniversário da Biblioteca Vinícius de Moraes
Hoje é dia de história!
Com Cia. A hora da história
Mediação de leitura com contos e poesias de renomados autores brasileiros e
mundiais, e narração de histórias com música e muita interação.
10 de maio (qui) – 10h
Espaço Gourmet
Com Antônia Andréa Souza.
O encontro reúne e expressa manifestações da cultura popular em um ambiente de comedoria e serve ao público um cardápio que traz cantigas de roda gratinadas ao forno da memória, salpicão de trava línguas servido com lascas de parlendas, cordel ao ponto marinado com causos, sorvete de advinhas com cobertura de anedotas, finalizado com licorzinho de ditos populares. Livre. 50 min.10 de maio (quinta-feira) – 14h30
Ciências
Oficina Ações e Reações (Béquer Mad Science)
As crianças irão realizar experimentos instantâneos nesta aula dinâmica
sobre reações que obtêm resultados imediatos! Os estudantes irão explorar
diferentes formas para acelerar suas experiências usando diversos
catalisadores. 9 de maio (quarta-feira) – 11h – BP Mário Schenberg


Oficinas
Quadrinhos em xilogravura
Integrando o projeto “Fanzines nas Zonas de Sampa”, esta oficina leva ao
público infantil uma linguagem que desenvolve e estimula a criatividade para
o desenho, escrita e leitura. O diferencial desta oficina, ministrada pelo
orientador Ezê, está na junção das duas técnicas: quadrinhos e xilogravura.
Aos sábados, das 10h às 13h, de 5 a 26 de maio – BP Belmonte
Cinema
V de Vingança. Mostra A luta (ainda) continua.
Biblioteca Pública Roberto Santos
“A luta (ainda) continua”
4 (sex) – 15h V de vingança
5 (sáb) – 19h Tudo que o céu permite
6 (dom) – 16h Preciosa - Uma História de Esperança
6 (dom) –_18h Cidadão Kane
Sessão Nostalgia
2 (qua) – 19h O Preço de um homem
9 (qua) – 19h El dia que me quieras
Sessão Infantil
5 (sáb) – 16h Kung Fu Panda 2


Biblioteca Pública Viriato Corrêa
“A luta (ainda) continua”
4 (sex) – 16h Primárias
4 (sex) – 18h Z
5 (sáb) – 16h Crônica de uma fuga
5 (sáb) – 18h O voto é secreto
6 (dom) – 18h Vinhas da ira


Biblioteca Infanto juvenil Monteiro Lobato
‘’Sessão infantil’’
8 (ter) – 15h Rango
Feira
Feira de Troca de Livros e Gibis
Traga seu livro ou gibi e troque por outros que você não tenha!
São aceitos para troca livros em boas condições de literatura infantil,
juvenil, adulto, gibis, quadrinhos e mangas. Só não são aceitos livros
técnicos ou didáticos.
6 de maio (dom) – das 10h às 15h – Parque Esportivo dos Trabalhadores
Rua Canuto Abreu, s/nº. Vila Formosa.
Agenda de maio
Já está disponível em versão online a agenda com a programação das
Bibliotecas Públicas de São Paulo: www.bibliotecas.sp.gov.br
TODAS AS ATIVIDADES SÃO GRATUITAS.


Fotos: tirei no Parque Villa Lobos, Dia do Trabalhador, ontem pela manhã.


Clique no título da publicação para conhecer o curso de Engenharia Ambiental do SENAC

Vida

Frio de tarde
Penso caminhando 
Será 
O clima? 
Aclima ação.
Depois de alguns dias fora
Dentro 
Estou me sentindo
Melhor coisa é poder entrar
Obrigado Jesus!


Com Cristo, pintura a óleo fiz em 2011 está no Centro Espirita Simplesmente Amigo.


Chico Xavier está no título ou aqui:http://youtu.be/CO9L_xcllBI