28 dezembro 2015

Crianças na Fogueira

Vi o filho daquele ator famoso sendo testado sexualmente.  
Eu sei sobre as acusações de homossexualidade àquela criança, menino, filho do jogador de futebol envolvido em escândalo com travestis.
Soube de um jovem da comunidade que foi levado por colegas a um prostíbulo, e ao chegar sua vez de entrar para um quarto acompanhado por uma moça, fugiu.
A sociedade queima seus meninos e estraga seu direito a pureza, enquanto é seu desejo.
Ávidos por testarem seus filhos, pais homofóbicos deformam mentes juvenis, traumatizam vidas que foram entregues a eles para a sua boa formação, buscando fugir de seus fantasmas e satisfazer os confrades, vampiros ávidos, viciados nas histórias de sexo, tanto quanto o são os dontes por substâncias alucinógenas; sexo sem amor para formar adultos a moda antiga, que sádicos sorriem e alimentam-se também dos escândalos sexuais.
Assim como homens e mulheres não devem ser perdoados por viverem em solitude por escolha, os padres devem forçosamente abandonar o celibato e todos devem alegremente arder e queimar no fogo da carne.
Ai daquele que vira alvo da curiosidade dos vampiros, mas mais desditoso, mil vezes mais desgraçado, é o que age conforme suas regras para ser aceito. 
E do que vale comentar?
Esse é o avesso do que a maioria dos que conheço e respeito, pratica. Besteira, comentar.
Meus filhos não são felizes o tempo todo e têm queixas, mas conforme os eduquei, sabem detectar ciladas do tipo que achei legal comentar nesta reflexão de final de ano, e porque foram respeitados no seu direito a pureza até quando a quiseram manter, será mais fácil negar-se a encenação social da sexualidade exacerbada.
As tentações eróticas são encaradas com humor e de forma crítica, por eles, e desta forma sei que o meu papel eu desempenhei bem, sei, até porque vivo cansada, já que educar em tempo integral é extenuante! 
Desgraçada é a pessoa que vem com o espírito de educadora em tempo integral, mil vezes mais desditosa do que a que abandona os remos do barco e deixa a correnteza da vida a levar com sua família...Será?

15 dezembro 2015

Reserva

Espiritualidade é a potência que é reservada.

Vejo Anjos

Pensava que a maior das bençãos era ter aqueles amigos, mas sofria sabendo que sua amizade era condicionada a eu abrir mão de ser quem eu sou. 
Era sobre dominação, não era amizade. 
Vinham até mim por eu ser quem sou, mas só permaneceriam se eu diminuísse meu padrão intelectual para ajustar-me aos deles.
Mas é que eu vejo anjos, e não achava justo para com os que não vêem.
Vinham até mim por eu ser quem sou, mas eu deveria deixar de lado os que não lhe eram caros, por terem outras cores
ou credos,
religiões,
partidos,
agremiações.
Opinião. Crime de opinião. Crime de nacionalidade...de racionalidade.
Mas eu via anjos e sorria ante as imposições.
Então, os que sabiam copiavam minhas experiências, vendiam minhas informações e me puniam com difamação, exploração e inúmeras violações. 
Eu estava incompatível com suas pretensões.
Agressões que sempre entendi, afinal, eu vejo anjos, e anjos não usam máscaras e não são santos, nem os santos são santos, só tentam ser anjos dos que não estão em Graça.
Entender agressões e suas motivações torna-me tolerante por tempo demasiado, mas o tempo passa de forma diferente para quem vê anjos.
Dentro em breve completo cinquenta anos desta  vida e encontrei a maior benção. 
A maior benção é poder trocar experiências.
Sigo fazendo licor com o que recebo dos anjos e largando as garrafas no oceano, e cada vez mais elas retornam vibrando as vozes dos anjos.
Os amigos são anjos!