28 dezembro 2015

Crianças na Fogueira

Vi o filho daquele ator famoso sendo testado sexualmente.  
Eu sei sobre as acusações de homossexualidade àquela criança, menino, filho do jogador de futebol envolvido em escândalo com travestis.
Soube de um jovem da comunidade que foi levado por colegas a um prostíbulo, e ao chegar sua vez de entrar para um quarto acompanhado por uma moça, fugiu.
A sociedade queima seus meninos e estraga seu direito a pureza, enquanto é seu desejo.
Ávidos por testarem seus filhos, pais homofóbicos deformam mentes juvenis, traumatizam vidas que foram entregues a eles para a sua boa formação, buscando fugir de seus fantasmas e satisfazer os confrades, vampiros ávidos, viciados nas histórias de sexo, tanto quanto o são os dontes por substâncias alucinógenas; sexo sem amor para formar adultos a moda antiga, que sádicos sorriem e alimentam-se também dos escândalos sexuais.
Assim como homens e mulheres não devem ser perdoados por viverem em solitude por escolha, os padres devem forçosamente abandonar o celibato e todos devem alegremente arder e queimar no fogo da carne.
Ai daquele que vira alvo da curiosidade dos vampiros, mas mais desditoso, mil vezes mais desgraçado, é o que age conforme suas regras para ser aceito. 
E do que vale comentar?
Esse é o avesso do que a maioria dos que conheço e respeito, pratica. Besteira, comentar.
Meus filhos não são felizes o tempo todo e têm queixas, mas conforme os eduquei, sabem detectar ciladas do tipo que achei legal comentar nesta reflexão de final de ano, e porque foram respeitados no seu direito a pureza até quando a quiseram manter, será mais fácil negar-se a encenação social da sexualidade exacerbada.
As tentações eróticas são encaradas com humor e de forma crítica, por eles, e desta forma sei que o meu papel eu desempenhei bem, sei, até porque vivo cansada, já que educar em tempo integral é extenuante! 
Desgraçada é a pessoa que vem com o espírito de educadora em tempo integral, mil vezes mais desditosa do que a que abandona os remos do barco e deixa a correnteza da vida a levar com sua família...Será?

15 dezembro 2015

Reserva

Espiritualidade é a potência que é reservada.

Vejo Anjos

Pensava que a maior das bençãos era ter aqueles amigos, mas sofria sabendo que sua amizade era condicionada a eu abrir mão de ser quem eu sou. 
Era sobre dominação, não era amizade. 
Vinham até mim por eu ser quem sou, mas só permaneceriam se eu diminuísse meu padrão intelectual para ajustar-me aos deles.
Mas é que eu vejo anjos, e não achava justo para com os que não vêem.
Vinham até mim por eu ser quem sou, mas eu deveria deixar de lado os que não lhe eram caros, por terem outras cores
ou credos,
religiões,
partidos,
agremiações.
Opinião. Crime de opinião. Crime de nacionalidade...de racionalidade.
Mas eu via anjos e sorria ante as imposições.
Então, os que sabiam copiavam minhas experiências, vendiam minhas informações e me puniam com difamação, exploração e inúmeras violações. 
Eu estava incompatível com suas pretensões.
Agressões que sempre entendi, afinal, eu vejo anjos, e anjos não usam máscaras e não são santos, nem os santos são santos, só tentam ser anjos dos que não estão em Graça.
Entender agressões e suas motivações torna-me tolerante por tempo demasiado, mas o tempo passa de forma diferente para quem vê anjos.
Dentro em breve completo cinquenta anos desta  vida e encontrei a maior benção. 
A maior benção é poder trocar experiências.
Sigo fazendo licor com o que recebo dos anjos e largando as garrafas no oceano, e cada vez mais elas retornam vibrando as vozes dos anjos.
Os amigos são anjos!








18 novembro 2015

Não, Guerra Não! Se puderem distribuir algo, distribuam a fartura!

É sobre as mães. 
Ao terem conhecimento da gestação e aceitando, mudarem a dieta, abandonarem atividades arriscadas, sem que para isso seja condição sine qua non que sejam partícipes de uma situação econômica privilegiada, uma vez que as comunidades carentes são as que mais se mobilizam e comovem com a chegada de uma nova vida. Um ser redentor de sua condição. Um símbolo de poder que iguala. Depois...ah, depois o mundo atua, a criança nascida deve ser sustentada, mantida da melhor forma possível e nos bairros pobres de qualquer país do mundo a mãe frequentemente se vê sem acompanhamento do pai para tal tarefa
Então a criança cresce acolhida e educada pela família materna, são tias e avós recebendo o menino que cresce enquanto a mãe sai para buscar o sustento. 
Um rapazinho no mundo, uma mocinha com ideias copiadas da tv, do programa de ideologia sexísta, ou da estrela da novela.
Estas crianças são aparelhadas de celulares e vídeo-games antes de terem o cérebro maduro à forma antiga, são hiper-conectada. 
Nem melhor nem pior do que antigamente, simplesmente diferentes. 
Mas apoderadas pela tecnologia que a culpa de uma mãe ausente faz qualquer coisa para proporcionar. Nos grupos sociais com maior acesso a educação e saúde de qualidade em que a mãe está presente na criação, o início do contato com eletrônicos dá-se um pouco mais tarde, em vista dos conhecimentos sobre formação do corpo, fatores como mielinização dos olhos que acontece depois do nascimento, maturidade mental, e maior valorização do contato com a natureza, ou atividades físicas.
Mas em qualquer universo, a morte de um destes  jovens frustra a ordem através da qual mantemos a sanidade e não afeta somente as famílias atingidas pela perda. Adoece aos que são informados do acontecimento. Quebra a engrenagem do sistema que nos permite continuar andando, e não é a guerra (como muitos preconizam), o fator que catapulta o acesso a novas tecnologias que vão alavancar avanços, após passado "o calor da hora". 
Se as guerras têm  trazido em seus lastros essas consequências positivas, o acesso livre e democratizado ao conhecimento seria uma opção com muito mias superiores resultados, e livraria as mães da perda das amadas vidas. 
Livraria as mães da perda do investimento de vida, da impossibilidade de viver que a perda dos filhos massacrados em conflitos acarreta.
Mas quem, durante um conflito, na hora de eliminar o inimigo, pensa que ele tem mãe? 
Que ao acabar com uma vida atinge e neurotiza uma mãe e toda a rede que a sustentou para que aquele ser humano chegasse a florescer? 
Como cactus, ou videira, foi a sociedade que definiu.
Tenho lido e ouvido, estarrecida, declarações divulgadas em massa, de que basta tomar a decisão e estudar para como consequência conquistar os direitos que merecemos, quando na verdade o que observo é um sistema de gratificação que destaca somente aquele que serve a manutenção da escravidão dos demais. 
As guerras propiciam avanços tecnológicos que nos levarão às próximas guerras.
Temos sido premiados com intervalos programados  para iludir os que devem trabalhar para fabricar armas e condições de refinar os mecanismos, para criar a ilusão de que estamos em paz, mas assim que estamos equipados e ávidos para testar politicamente e na carne e nas mentes os novos equipamentos, os mecanismos criados para coibir belicismos deixam de funcionar e o Cérbero convenientemente se solta liberando os filho da minha terra para imaginar que  o avanço e em encarnar demônios massacradores de mães.
Quem garante que após mortes inúteis para a maioria e só úteis para líderes que lucram, a guerra deste momento já serviu e será findada? 
Até quando as pessoas não entenderão que estão sendo usadas como cobaias em troca da defesa destes panos que chamam bandeiras, que somente elas respeitam, não seus líderes de tripas forras, conduzidos em limusines blindadas folhadas a ouro?
Cuidado, senhores da guerra, 
seu cérbero poderá vir a ser estraçalhado de forma irrefutável pela revolta dos animais, que hoje, estão hiper-conectados!
Cuidai, senhores da guerra, cuidai para que o cérbero não se solte, pois sabemos que vós tendes as informações sobre o estado dos elos antes que eles se abram, e embora o ele seja de propriedade de satã se ele se solta, assim como na Revolução Francesa, governos inocentes serão tragados pela turba, tão simplesmente por terem se mantido apáticos ante a evidência da insustentabilidade da  situação.
Situação perversa; todos se achando no direito de  racismo, patriotismo irracional, abusar em nome das religiões e sustentar um sistema financeiro gerido de forma inconsequente. 
E digo inconsequente quando poderia aplicar insensível, já que mata aos poucos o corpo do qual precisa alimentar-se. 
Se antes isso passava despercebido, maquiado, não é mais o caso.
E as mães do oriente entregam seus filhos à morte sem sentir dor da perda? 
Que mulheres são essas, que mantemos alienadas do direito de amar e preservar seus filhos, em um mundo globalizado em que estes filhos são sacrificados em pira, sacrificando os nossos?
Não, não suportaremos mais uma guerra. 
Perdemos a ingenuidade e não cremos em fronteiras, em que devemos morrer felizes pagando impostos, na miséria, mas "fazendo a nossa parte".
A escravidão deve ser extinta e as mulheres devem deixar de ser úteros para produzir soldados.

30 outubro 2015

Genoma de Prateleira - George M Church

Então, enquanto a maioria negaceia conclusões por falta de embasamento, alguns combatem alegando muito conhecer, outros defendem adivinhando o futuro, o Dr. George M Church, estudou, pesquisou, embasou em experiência e trabalho e se voluntariou a colocar sua informação genômica em domínio público.
Nessa fase disponibilizou seus registros médicos online e um hematologista do outro lado do país, rebateu na hora:
"-Passou a hora de fazer um acompanhamento do seu remédio do colesterol."
Church narra este desdobramento na revista Scientific American no artigo intitulado Genoma de Prateleira.
Ele queria contar tudo, mais, mas a revista não é bíblia, seu formato é padrão, já havia mais gente agendada para publicar e ele ficou com apenas nove páginas que ainda trazem alguns gráficos.
Ele escreve muito bem e claramente, fui grifando alguns pontos que subscrevo abaixo na ordem que estão dispostos no artigo:
"Visão e forças de mercado também impulsionam o desenvolvimento de novas tecnologias. O projeto espacial, por exemplo, começou com um plano do governo, e só muito mais tarde usos militares e civis para os satélites impulsionaram-nos em direção à viabilidade comercial. Para a próxima revolução, que deve ser em biotecnologia, pode-se começar a imaginar quais mercados, visões, descobertas e invenções delinearão seus resultados e que limiares críticos em infra estrutura e recursos a tornarão possível.
...
Seu aperfeiçoamento contínuo já reduziu o preço do sequenciamento de um genoma humano preciso o suficiente para ter utilidade, para algo em torno de 20 milhões. 
...Os obstáculos para essas e muitas outras aplicações, incluindo as que ainda nem foram imaginadas, continua sendo o custo. Dois programas de financiamento dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA, para Tecnologias Revolucionárias de Sequenciamento de Genoma desafiam cientistas a desenvolver um sequenciamento de genomas para humanos de US$100 mil até 2009 e de US$1 mil até 2014. é possível que um prêmio, no estilo do X-Prize (criado para incentivar a criação da primeira nave espacial particular do mundo)também seja estabelecido. E essas metas já estão próximas.
...
*O potencial completo da 
biotecnologia só poderá ser realizado quando ferramentas, como a tecnologia de leitura de genoma, forem tão baratas e acessíveis quanto os computadores pessoais hoje.
*Novos métodos de leitura de DNA reduzem custos ao cortar etapas preparatórias, miniaturizar radicalmente equipamentos e sequenciar milhões de moléculas ao mesmo tempo.
*Atingir objetivos de sequenciar genomas a baixo custo suscitará novas questões sobre a melhor forma de utilizar a abundância de informação genética, e por quem ela poderá ser utilizada; o Projeto Genoma Pessoal tenta explorar essas questões.
...
O genoma humano é constituído por 3 bilhões de pares de moléculas de nucleotídeos. Cada uma delas contém um dos quatro tipos de base - Abreviadas como A, C, G e T - que representa um alfabeto genômico codificando a informação armazenada no DNA. Essas bases formam pares de acordo com regras estritas a fim de formar os degraus da escada que forma a estrutura do DNA.
...
Nos melhores métodos baseados em eletroforese, cada dólar é suficiente para sequenciar 150 pares de base.
...
Agora que a automação se tornou comum em todos os sistemas os maiores gastos são com reagentes químicos e equipamento. A miniaturização já reduziu a um bilhão de vezes(de microlitros para fentolitros) o uso de reagentes em relação às reações de Sanger convencionais.
...
Será preciso desenvolver programas para processar as informações sobre as sequências, a fim de que possam ser usadas pelos médicos, por exemplo. Eles necessitarão de um método para derivar uma lista de prioridades para cada paciente, com as possíveis dez ou cem variações genéticas mais importantes. Igualmente importante será analisar as pessoas do acesso generalizado a essa tecnologia.
...
Pensamos em termos de probabilidade sobre riscos versus benefícios e aceitamos que o mercados, como a vida, são complexos.
Assim como a tenologia digital pessoal causou revoluções econômicas, sociais e científicas jamais sonhadas quando os primeiros computadores apareceram, devemos esperar mudanças similarmente drásticas ao avançar dos poucos genomas atuais para os pessoais."

26 outubro 2015

Médici - Transamazônica x INCRA, no livro de Flávio Alcaraz Gomes

"A execução do plano de colonização da a
Amazônia foi confiada ao INCRA - Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária.
...
Paralelamente à rodovia Transamazônica e num intervalo de dez quilômetros, serão construídas agrovilas, Essas agrovilas são formadas por 48 ou 64 casas em lotes de 25 metros de frente por 120 de fundos, doados aos colonos. A exemplo do que acontece com os cem hectares cedidos aos camponeses, a casa e o lote são financiados em 23 anos. Cada agrovila terá um grupo escolar, templo ecumênico, pequeno comércio, farmácia e posto médico.  A superfície total de cada agrovila é igual aos dos lotes de terra distribuídos aos colonos: cem hectares.
...
O chefe e árbitro de cada agrovila é um técnico rural contratado pelo INCRA, que os colonos apelidaram de 'prefeito'.
Ele mora no núcleo e possui a assessoria permanente de um assistente social e de um engenheiro agrônomo,
Diariamente o prefeito percorre os lotes de sua jurisdição, orientando os colonizadores em seu trato com a terra.  Com tal assistência, acredita o governo, que a erosão causada pelas chuvas e detida pelas curvas de nível, será em grande parte atenuada e as terras poderão produzir durante vários anos sem necessidade de adubos.
Cabe ainda ao prefeito a superintendência dos diversos serviços da agrovila, inclusive o do posto de venda de gêneros alimentícios e a farmácia.  Cada colono, ao instalar-se na terra e durante um prazo que pode estender-se até oito meses, percebe um salário mínimo regional mensal(Cr$182,80), que tanto pode ser havido em dinheiro como em gêneros.
Dos cem hectares, o governo desmata quatro para o plantio inicial.  Posteriormente, financia os futuros desmatamentos à razão de trezentos cruzeiros por hectare.
É proibido derrubar mais do que cinquenta hectares de mata por lote, já que os cinquenta restantes serão destinados à reserva florestal e biológica.
...
Até maio de 1972, o INCRA tinha instalado sete agrovilas no trecho localizado entre as cidades de Marabá e Altamira.  Colonos de vinte e um Estados da Federação ali estavam localizados. A maioria é oriunda do norte e nordeste, se não, vejamos a distribuição:
Pará - 200 famílias; Ceará - 175 famílias; Rio Grande do Norte - 125; Minas Gerais - 90; Pernambuco - 80; Maranhão - 70; Piauí - 69; São Paulo - 60; Rio grande do sul - 53; Paraíba - 49; Paraná - 43; Alagoas -30; Goiás - 28; Sergipe - 20; espírito Santo - 19; Santa Catarina -8; Guanaara -3; Acre -1; Amapá - 1; Rondônia - uma família.
...
Cerca de mil famílias oriundas do Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba, Maranhão e Pernambuco, sem paciência de esperar pela seleção, ali se fixaram, por lotes por eles próprios desmatados e qwue já começaram a cultivar. Diante do fato consumado, o INCRA decide regularizar a situção dos 'invasores'.
A cada família será atribuído também um lote de cem hectares. sendo-lhes proporcionadas as mesmas facilidades com que os demais colonos são beneficiados.
...Amanhã ou depois(e esse amanhã já é quase hoje), quem viajar pela Transamazônica, saindo de Recife e de João Pessoa, rumo ao Peru, num itinerário de 5.500 quilômetros em meio a floresta até há pouco virgem - deparará com um rosário intermitente de agrovilas, possuindo, no intervalo entre uma e outra e a cada quinhentos metros, uma casinha instalada em meio a uma lavoura.
E mais, a cada cinquenta quilômetros o INCRA vai erguer uma Agrópolis, ou seja, uma superagrovila, Esta se situará também, defronte à estrada, numa área de trezentos hectares, dos quais cento e sessenta serão urbanizados.  A Agrópolis terá 176 lotes, com uma casa cada um, devendo, teoricamente, abrigar 2.380 habitantes.  Cada Agrópolis, portanto, será a capital de núcleo de agrovilas e, em seu território serão instalados armazéns e silos, grupo escolar e ginásio, posto medico e hospital para pequenas cirurgias, além de posto de gasolina e motel para turistas."

Muito bom! O relato acima faz parte da saga do jornalista Flávio Alcaraz Gomes, que durante o governo do General Médici, escreveu o livro  Transamazônica - a Redescoberta do Brasil, após ter viajado e verificado in loco como iam as obras.
O próprio Alcaraz nos dá uma dica das dificuldades que tal monumental projeto enfrentaria quando no capítulo lll, "A ocupação da terra", identifica problemas, barreiras e vícios de comportamento por parte dos funcionários do INCRA, que certamente foram determinantes para o andamento da epopeia. Ele estranha: 
"Somente na área de Altamira possui setecentos e oitenta e dois funcionários, a maioria dos quais com seu salário engordado por polpudíssimas gratificações. E em que pese  a burocracia do Instituto e a 'importância' de alguns de seus servidores(um certo Dr. Fonseca Neto, seu delegad em Belém, me fez tomar chá de cadeira durante várias horas sem dignar-se a me receber), o INCRA dá a impressão de estar desempenhando a contento suas funções."
O livro foi publicado em 1972 pela Cultura.

Foto escultura que criei entre 2003 e 2006, no Pontal do Paranapanema/SP

19 outubro 2015

A Conspiração Franciscana - John Sack

"Ela crescera no interior, numa castella, decerto rodeada por um vilarejo sem cultura. Ele, no porto comercial de Ancona e na atmosfera de Paris. Mas ele também conhecia os vilarejos. Certa vez, viajara pela região atrasada ao sul da Úmbria, desembarcar em Paris,
Por dois meses, tinha perambulado por vales calorentos e estreitos até  chegar a Assis, mais so norte. Quando passava pelos vilarejos minúsculos, os olhares sombrios das mulheres o seguiam por trás das portas abertas e observavam a parte debaixo do corpo dele, como se medissem sua masculinidade. caso ele se voltasse com um olhar zangado, elas escondiam o rosto nas mãos e espreitavam-no entre os dedos. "Não aceite nada para beber dessas mulheres", diziam os anciãos dos vilarejos, em tom de advertência, "nem vinho, nem um copo d'água". São bruxas, todas elas, e misturam poções do amor na bebida sem que você perceba." Os homens então aproximavam seus rostos amarelados e enfermos do dele, e falavam, cuspindoo em sua orelha: "Uma mistura de sangue mesntrula com ervas." Eles também o preveniram para não dormir nas grutas fora dos vilarejos, pois eram habitadas por gnomos, as almas penadas das crianças que tinham morrido sem batismo. Todos os homens sonhavam em capturar uma dessas criaturas pelo capuz vermelho, é claro, para força-la a mostrar-lhes tesouros escondidos. O jovem frei Conrad, porém, ficaria mais seguro dormindo na igreja local. Ele havia parado em muitas cidades assim, e as mulheres sempre corriam até a igreja para confessar os pecados em seus vários dialetos, argumentando que não podiam confiar  no padre local as intimidades que lhes passavam na alma.
Tanto quanto as podia compreender, essas mulheres consideravam o amor carnal uma propensão natural, a que nenhuma força de vontade, boa intenção ou castidade podiam resistir. Se um homem e uma mulher se encntrassem sozinhos em um local afastado da vista dos outros, nenhuma força dos céus e da terra conseguiria evitar que copulassem rápido e sem dizer palavra, como acontece quando um animal macho encontra uma fêmea no cio - e aquelas mulheres pareciam estar eternamente no cio. Ele percebia o desejo mal reprimido nas palavras delas, mesmo durante a confissão; no exalar lento no respirar terminando com um suspiro prolongado. desconfiava que elas, na realidade, se confessavam com o padre do vilarejo - e com assiduidade -, mas que procuravam o padre, como agora vinham até ele, para algo além do perdão de seus insaciáveis desejos. E se Amata tivesse crescido num ambiente assim, de paixões descontroladas, com as mesmas necessidades primitivas, num mundo em que até o mais baixo dos códigos de conduta moral não vigorava?
Não parecia muito provável, Conrad concluiu. Ela pertencia à pequena nobreza e já mencionara a religiosidade do pai. Não obstante, alguma coisa devia ter acontecido para destruir a 
inocência de sua infância.
Finalmente, sentou-se na cadeira diante dela."

Trecho extraído do livro A Conspiração Franciscana", iniciei sua leitura quando ainda morava em São Paulo, mas os trâmites da mudança interromperam a leitura. retomo agora, quase dois anos depois e outros livros intermeando-o. E não nega fogo.
Chega certeiro, o I Ching, e compartilho trechos saborosos como este, com Joseph e Camille. E contigo.
A Conspiração Franciscana trata de forma romanesca, mas empregando dados reais, de um período complicado, repleto de aceleração como ocorre com algumas fases da história do desenvolvimento humano, foi escrito por John Sack, e publicado no Brasil pela Sextante. Adquiri-o em um sebo na Av. São João, em São Paulo

29 setembro 2015

Façanha é brotação

Eu estou sem meu computador, estar aqui sem enxergar no meu padrão estabelecido, em outro teclado, é uma façanha.
Façanha
Lasanha
lá fora, mato
Mata Atlântica
cercada por
Bilhões de humanos solenes
e ainda,céleres
enquanto
alguns sábios
e outros estudados comem lasanha na estação espacial,
alimentam-se ilhados monitorando câmeras
focadas na água salgada
Uma façanha seria fazer um mato!
Uma façanha...

13 setembro 2015

Cronos era um Coelho, mas Réia era uma Deusa

Desde aquela época, lutamos com os impulsos que nos aproximam dos instintos animais.
Tu sabes quando. Para cada um há uma "aquela época" bíblica, histórica, ou determinada pela trajetória pessoal, em que então aquela época é substituído por "aquela fase". Os que usam aquela fase como parâmetro, são mais focados em si mesmos e neste caso a vitória sobre o padrão pode ser mais facilmente obtida, uma vez que o que tem o poder de auto-crítica, é apto a vencer, ou ao menos não desistir de tentar superar-se.
Hoje, o coelho matou seus filhos. Eram quatro, e foi muito triste para  nós, descobrir que a coelha estivera prenhe e parira à noite, sem que déssemos pelo fato - nem gestação, nem parto.
Sermos surpreendidos por esta ocorrência natural que compreende o macho coelho matar a cria para induzir a coelha a entrar no cio novamente não diminui a surpresa e comoção ante o quadro horrendo que é encontrar os bichinhos mortos abaixo da grade da casa da mãe. 
Desde que descobrimos que a dupla de coelhas não era irmãs, e sim um casal, temos nos dividido na tarefa de guardar o coelho à noite no galpão e de dia, um dia soltar ele e outro, ela, que à noite fica sempre em sua casinha. 
Hoje era dia dela ficar solta. Ele, então, tiramos do galpão e colocamos na casinha, para mesmo preso, tomar sol.
Não percebemos que haviam cruzado no último mês, e em verdade, podemos jurar que não cruzaram, e aí está até onde podemos jurar pelas intenções e ações de outrem. 
Em algum momento terão estado juntos, e foi o que bastou para que hoje soframos este impacto de, ao soltar ela e prendê-lo em sua casinha, alguns minutos depois tenhamos encontrado os quatro filhotes mortos sob a grade. 
Camille e Joseph recolheram os filhotinhos, que Joseph encontrou e imaginou serem uma safra de camundongos que a gata Tai teria deixado sob a gaiola. 
Eu fui, trêmula, conferir e não percebi serem filhotes do casal que tanto amamos.  Foi Camille, quem os identificou, que os recolheu e para minha vergonha, eu passei tão mal que não pude ajudar em nada.
Decerto tenho servido para outras coisas, ou, se vós julgais que não sirvo, ainda assim, eu gostaria de permanecer viva, pois para mim e para ações que não pedem recolher mortos, eu sirvo.
Enquanto Camille recolhia os filhotes, três abaixo da gaiola e um dentro, atrás da caixinha onde a coelha dormia, Joseph prendia o coelho no galpão.
Eu sofria, e a coelha, observava de longe, mordiscando algumas folhas entre  relances de aparente interesse
Em verdade, minutos antes, logo após sair da casa ela tentou explicar alguma coisa, mas não esteve nem perto de protestar veementemente.
Agora que "tudo havia passado", ela não demonstrava nada além de apetite, devorando o repolho que foi a única coisa que ocorreu-me oferecer-lhe a guiza de calmante, que eu sim, precisava mais, aparente e intimamente.
Estas ocorrências que acabam assim, quando gentificamos nossos animaizinhos de estimação geram traumas e lembranças inesquecíveis.
Concluo que não temos condições de cuidar de um casal de coelhos, pois se nosso cuidado e esquemas mirabolantes para atender melhor deram nisso...
E se não podem nem se olhar, que engravidam, melhor será não torturá-los pela ansiedade do encontro impossível. 
Coloquei um à doação, mas o emocional à mil, a culpa a milhões me levam a concluir, que se não fui eficiente, quem deveria ir embora sou eu. 
Embora eu tenho cuidado bem dos meus filhos...
O vizinho, um criador experiente, um dia me ensinou; disse que quando a coelha fica prenhe, ela remove o pelo da barriga e constrói um ninho. Desta forma, quando descobrimos que eram um casal, não duas irmãs, vigiamos todos os dias a pança da fêmea, que está e esteve sempre peluda como quando era menina.
Foi uma fatalidade, e todos estamos chocados e tristes.
O mundo governado pelo instinto é muito cruel para o espirito que o observa.
Desta forma, como punir a corrupção que degenera relações, que torna os homens praticantes da ferocidade animal? 
O homem é condenável quando consciente de ter sido criado à imagem e semelhança de Deus, entrega-se a corromper e se deixa corromper, porque tem a capacidade de observar e auto-criticar-se, mas e quando não o faz, quando suas escolhas nunca privilegiarão a visão espiritual que leva a moral e a ética, que o outro o puna, que a sociedade o julgue e condene. resulta em aprimoramento e regeneração, em evolução?  
Ou o guiado somente por instintos, verá unicamente a privação imposta, da descontinuação da vida no crime, da prisão e do castigo a ele imposto, não relacionando a causa em que atuou à consequência que sofre?
A coelha está pronta a copular novamente, o coelho não entende que para fazer sexo o mais rápido possível, o obstáculo que remove é a vida dos seus filhos.
Assim como no caso dos políticos corruptos, que parece que não relacionam a origem do seu poder, o contrato que assumem com o povo, a necessidade de trabalho pela melhoria da qualidade de vida do contratante. E estando no poder, tornando-se coelhos, deitam a eliminar o que for empecilho a uma animalidade que escondiam antes de serem eleitos.
Eu tenho a responsabilidade de impedir que o que nos tocou imensamente, hoje, ocorra novamente, porque está visto que o coelho nunca fingiu não ser coelho. Para isso terei que analisar meus sentimentos e desligar-me de um destes bichinhos aos quais venho dando tanto carinho e sentindo-me tão privilegiada, quando o retribuem com aconchego no meu colo, ou adormecem ao receber carinho nas orelhas, enquanto cozinho, desenho ou escrevo, e um deles, está sempre aos meus pés. 
Como é difícil escolher qual deles vai para doação, e ainda, ainda que o consigamos, será que será tão amado e bem cuidado quanto aqui, será que a pessoa que o levar entenderá que o motivo que faz com que não possamos ficar com os dois tem tantas facetas, será que não sentir-se-á tentada a livrar-se dele ou dela no primeiro momento de enfado?
Nâo. Não doaremos nenhum.




18 agosto 2015

Dilma, a Provocante

A presidente Dilma, em resposta a enorme rejeição popular ao seu governo, afirmou que ela "aguenta bem a pressão", isso após os protestos ocorridos no último domingo. 
Está ai uma característica comum a todo tirano: menosprezar a vontade do povo.
Ocorreu com o ditador do Paraguay, que empurrou para a morte todo contingente de homens do seu país durante a Guerra do Prata. Seu exército estava derrotado, encurralado pela tríplice aliança formada por Argentina, Brasil e até paraguaios, se fosse sensato, render-se-ia, mas este tipo de ato arrazoado não integra a cartilha de ditador algum, e após mandar os adultos, Rosas enviou crianças para as batalhas, os meninos disfarçavam-se com bigodes postiços e iam para a linha de fogo.
Tiranos não cedem, não ponderam, não aceitam a decisão da maioria, quem está abaixo das suas botas não passa de instrumento de perpetuação no poder. Tiranos não se rendem. E tem umas ideias raras, sobre como o mundo deve comportar-se para com eles. 
É sabido que a história é contada pelos vitoriosos, mas evidências como a falta de amor e cuidado para com seu povo, demonstrada por Rosas, são irrefutáveis.
Fidel Castro, afirmou recentemente que os Estados Unidos devem uma compensação monetária a Cuba devido ao embargo sofrido pelo seu país desde que ele se fez imperador vitalício. 
Na minha concepção, Fidel deveria pedir perdão aos que lesou e obrigou a viver sob duras condições, tão somente para mantê-lo no poder. Fidel deve ressarcimento às famílias que aleijou durante seu governo ditatorial. A família de Fidel deveria ser responsabilizada, já que seu filho assume agora o posto de Fidel. 
É uma monarquia, o sistema de governo em Cuba? 
O imperador Fidel, do corrente uso do "cortem-lhes a cabeça" é um que pressão alguma demove do cabeçadurísmo.  
Dilma aguenta a pressão, sim, e não tem vergonha, não. Nem juízo. E não respeita a Constituição
Agora, como provocação máxima, nomeou como líder do governo um senhor cujo assessor foi flagrado em 2005, levando dinheiro escondido na cueca para o exterior. 
É para esta mulher que devemos respeito? 
É a um tipo assim, que todos nós honramos, elegendo como  presidente do Brasil? 
Na época em que foi eleita, Dilma mostrava outro perfil, declarava outras intenções. Golpe!

17 agosto 2015

Sou Única

"A razão por que muitas aventuras têm início é que os aventureiros ficam sentados diante da lareira, em confortáveis livings e sem ter a menor ideia de onde se estão metendo. Espreguiçam-se na poltrona longe do frio, da chuva, do vento ou da tempestade e dizem, puxa, está na hora de alguém descobrir o Pólo Norte. Mergulham num sonho de glórias e, uma hora mais tarde, ainda sonhando, põem rodas  a andar, desdobram mapas,  incitam outros aventureiros a mudar de vida, a dizer 'Porque não?' e 'Claro que pode ser feito, eu estou nessa!' - eles próprios envoltos numa nuvem de fantasia, onde as dificuldades e os problemas são apenas palavras que os timoratos procuram nos dicionários."

Extraí do livro O Dom de Voar, de Richard Bach, editado no Brasil pela Editora Record, um exemplar de uma sexta edição que adquiri em um sebo em Mariluz.
Muito obrigada por tudo! Só perde tempo comigo quem pensa que vou me meter em concurso de beleza física, aos quase cincoenta, sendo avó, mãe de quatro filhos e não assídua em tratamentos cosméticos. Mas um concurso que privilegie gana por por aprender...esse está no papo. Faço sombra.

Foto: Joseph Hawkins

16 agosto 2015

Perdeu

Tempo! Tantas vezes a competitividade é tomada por competência em nossos relacionamentos, que até mesmo quem tem bem clara a diferença entre o ato da comparação e o saldo da contagem de pontos extras, acaba se deixando envolver.
Eu não posso competir, assim, gratuitamente somente porque sou desafiada, já vou avisando, pois estou envolvida demais com meu aprendizado e crescimento. Ainda mais por quem tem o costume. ainda mais pelos viciados. Não dou nem pro início, nestes caso, eu nem quero entender nem dedicar tempo e espaço para isso.
Eu sou flor sorrindo de pétalas ao vento.
Sou pedra rolando em cantante regato limpo.
Sou polenta bonita por ser amarela, borbulhando na promessa nutritiva.
Sou um rádio ligado nas manhãs de sábado.
Sou a alegria no banho de mar.
Sou a jornada diária pela estrada campestre.
O cheiro do mato depois da chuva
Do plástico novo na pasta escolar.
As cores pastosas, o boom da terebentina aberta depois de meses sem pintar.
Sou caminhar de mãos dadas com uma criança.
Ficar parada de mãos dadas com uma criança.
A conversa com uma amiga que não conhecia, na rua.
A cura de uma pequena doença através de um chá.
O receio pelo destino da humanidade.
A preocupação pelas minhas dívidas
A ansiedade pelas dúvidas
A reação imediata e o perdão certo.
Sou isso quando estou em mim e tantas coisas mais.
Mas não faço massagem, 
não tenho dinheiro, carrão sensacional, ninguém me assessora, não posso sustentar esquemas fabulosos de ostentação não posso viajar quando e para onde eu quiser, e eu tenho que decidir tudo sozinha.
Amanhã é segunda-feira e tenho que alimentar os bichos, lavar roupas, limpar a casa e estudar inglês - sozinha. 
Amanhã eu devo não sentir mais cólicas, devo sentir pressa e no final do dia sentirei canseira. 
Amanhã preciso fazer algo que prometi a alguém, ao menos iniciar, que era para ter feito no mês passado, mas que não fiz porque me envolvi em coisas maiores do que minha capacidade de resolver.
Amanhã - que tal se alguma coisa falha e eu tiro tempo para - escrever sobre a propriedade do Príncipe Charles com sua plantação de macieiras com mil variedades, e sobre o plano para redução do aquecimento global, lançado pelo Presidente Obama. Sobre o acordo do governo dele com o Irã, visando o não desenvolvimento de armas nucleares.
Se amanhã não puder fazer algo, sigo desenvolvendo as ideias, que me acompanharão até que estejam maduras.
Tudo tem um norte e um sentido, mas competir para ver quem tem mais bens que proporcionam qualidade, eu não tenho vontade, nem posso!
Eu passo a vez porque estou em paz no meu agosto, sei que o que é meu está guardado.
Eu nem sei porque certas pessoas insistem em competir, ao invés de cooperar. Decerto porque não podem cooperar e não possuem a humildade de pedir socorro, deduzo que é como aquele dito "gol, quem  não faz, leva!", então, será que quem não coopera para a leveza, é porque carece dela? 
Não apreendo o vício de competir por banalidades, no amor, na amizade, tornando tudo um inferno que não permite que ninguém seja o que é.
Que os grupos afinados compitam em seu jogo previamente acertado, não questiono, o que não gosto é quando me puxam pro fogaréu, decerto porque se irritam ao ver gente lendo em seu canto. Quietinho, parado, pensando.





11 agosto 2015

Desgosto de Princesas

Desgosto ao ouvir adultos declarando as meninas de suas famílias como princesas.
São pais e mães que, ou não pensam, ou pensam  mas tem uma ideia errônea do que é ser uma princesa, pois a estas meninas dão a pior educação possível, são crianças criadas para comportarem-se como larvas sem o benefício da transformação, se obedecerem a sina ditada pelos incentivadores. Na natureza, a larva é apenas um estágio, e as meninas princesas ao chegarem na idade adulta continuam a agir como se portassem alguma deformidade incapacitante.
São filhas de mães que procuram alcançar resultados, não importando os meios que empreguem, somente o que conta é o resultado. Mas os resultados, a coroação, o êxito que elas valorizam  não é para todas e, na economia universal, o êxito só é permanente e autêntico quando obtido com lisura e transparência.
Pobres meninas ricas ou pobres: pobres princesas  fadadas a frustração e quase sempre obtendo como maior calo laboral, o desequilíbrio psicológico.
Eu desgosto de mães que dizem que criaram suas filhas como princesas, que devemos tolerar-lhes qualquer abuso, "porque foi criada como princesa."
São unânimes em declarar de onde vem a realeza:
"Sempre foi a princesa do papai." A mãe é a dispenseira, a governanta, a preceptora, em tais casos, é também o arauto, sempre!  Mas é ao pai que é dado o crédito, é onde está a raiz da nobreza.
Somos buscadores, buscamos especialmente um lugar especial nos corações e mentes, é natural, mas não é natural jamais olhar-se no espelho da consciência, não pesar as palavras, não buscar a origem delas e suas consequências, ainda mais quando definimos os amados.
Não é ao declarar que a minha filha é uma princesa que estou garantindo-lhe uma jornada menos agreste. Pior...estou limitando-lhe as opções, e ninguém quer limitar oportunidades de desenvolvimento para os filhos, mas estamos muito enganados quanto ao que seja pertencer a uma família real. 
É trabalho duro, minha gente, é ser trabalhado desde o nascimento, e antes; à criança real não é dado o mesmo o direito de uma gestação normal, ela é cobrada pela sociedade, ha que sair tudo muito certo: "Encante-nos como é sua obrigação!" 
É pressão por todos os lados, educacional, familiar, social, e além do mais, estar no foco como símbolo de riqueza e status é a mais arriscada de todas as modalidades de vida existentes sobre a terra. E como deve ser crescer, formar-se com esse peso sobre si?
Não há quem não conheça ao menos uma pessoa capaz de matar por dinheiro, pois é, há muitas, e todas esperando uma oportunidade, ou operando para gerar uma, de alcançar as jóias.
A condicionamento princesa, na minha opinião, é pior do que o das profissões femininas, em que as famílias identificam os dotes domésticos das filhas e incentivando-os, excedem-se sufocando dons, talvez.
Eu incentivei minha filha na cozinha, ela percebeu a limitação e foi para outros ramos diametralmente opostos, eu fui junto, incentivando. Eu incentivarei qualquer coisa que não seja prevalecer-se sobre o outro na postura do direito adquirido ao nascer. Quanto às filhas, educar, proteger, dar carinho e proporcionar bons momentos, mas preparar para um futuro plebeu, penso que é a postura mais sensata.
Se aparecer um príncipe consorte para ela, não judie dele, fique "de boa". Mas não é o objetivo, não enlouqueça, neurotize sua filha. Tu sabes quantos príncipes estão dando sopa neste momento, no mundo?
Pois não é um número suficientemente grande para atender a abundância de filhas princesas, isso eu garanto. 
Hoje em dia, a probabilidade de encontrares um príncipe para sua filha plebeia, embora irrisória, ainda é maior do que foi antigamente, quando os príncipes casavam-se com princesas da família. No antigo Egito era rotina o príncipe casar-se com a irmã para garantir que o poder ficasse em família. 
Não é mais assim.
Então, queres iludir sua filha princesa de que príncipes abundam? Que seja, mas na grandessíssima parte das vezes eles não admiram moças larvas. 
E o mais estranho é que as mães ditas lutadoras pelos direitos das mulheres é que criam filhas princesas, "para não sofrer como eu", e quem disse que larva é sensível?
Ah, eu já sofri tanto. E superei-me, espero que minha filha sempre saiba superar-se, pois a única garantia que temos, é a de que continuaremos a enfrentar provações. Tudo bem, desde que vencê-las seja uma vocação. Ter objetivos é uma benção, ter determinação e coragem para lutar por eles é que é a coroação. 
Ensinar sua filha a desejar que os outros se deitem para ela pisar em seus pescoços é sinônimo de loucura, é enlouquecê-la, não enobrecê-la.


01 agosto 2015

Eu Sou!

Temos desejado a melhoria do nosso cenário político e agido como quando discutimos o enredo de um filme e a seleção de atores escalados para atuar nele. Nada depende de nós. 
Quantos aos filmes, interagir com a produção, sugerir artistas é uma coisa possível, mas dificilmente nossas sugestões serão levadas em conta, uma vez que as escolhas acontecem privilegiando aspectos que não dominamos, inerentes às produções. 
Quanto à política nacional, logo seremos beneficiados com a mesma impotência que nos tornará oficial e legalmente apenas expectadores. 
O partido que preside o Brasil, e que nos trouxe ao estado novo em que nos encontramos, elaborou um projeto que será votado na próxima semana em caráter prioritário, que taxa como terrorismo, preparação para ato terrorista, iniciativas populares de cunho político ou ideológico. 
Não sou especialista no assunto, mas o grupo que domina o país, e que tem atuado na surdina tecendo conspirações rebuscadíssimas para evitar o surgimento de oposição efetiva ao seu governo de crimes e desmandos, que age silenciando indivíduos que alertam os incautos sobre suas ações, ganha com este instrumento, se aprovado, mais poder contra a democracia do que qualquer outro que em qualquer época já governou o Brasil. Exceto os Tapuias em suas regiões, com suas medidas drásticas. Ganha a mão de ferro.
É mais uma alteração na lei, a que faltava ao facismo  do PT, da Dilma, do Lula.
É interessantíssimo acompanhar as notícias sobre países cujos sistemas democráticos estão consolidados, que possuem a economia estabilizada e em crescimento, onde a discussão política saudável proporciona atitudes opositórias que chegam a surpreender-nos pelas liberalidades, que beiram ao desrespeito aberto, mas são toleradas em benefício do sistema em evolução, e como estes gigantes tratam e analisam com extremo cuidado qualquer alteração constitucional.
O que se fez no Brasil, desde que o PT foi empossado, depondo os bastiões da legalidade e substituindo-os por lacaios coniventes com bandalheiras alarmantes é inconstitucional desde o começo. Mas em benefício da democracia se tolerou. 
Tenho ouvido conversas mais interessantes ainda, desde que o PT opera a largas passadas  institucionalizando a corrupção e partidarizando a máquina pública, sobre a beleza de ver o povo no poder. 
Que povo, pergunto aos estudantes? A que povo pertencem Dilma Roussef, Lula e o seu Frei?
A um povo que não trabalha pelo povo autêntico do Brasil, mas que trabalha para consolidar um sistema repressor de ditadura universal.
Desculpe-me, não posso me furtar a comentar o que sinto, o que concluo do que estudo; deduzo que aterrorizantes centúrias, premonições e profecias, estão a beira de cumprirem-se. 
Basta ver o estado de hipnose geral que permitiu que estes seres entronados chegassem tão longe. 
Não é a realidade o que a maioria esta vendo e vivendo. Saber, ser testemunha de que o povo que queixava-se de tudo, que nada suportava calado, agora observa os desmandos como quem assiste passivo a um filme.
Os testes já foram feitos, quem ouve os pronunciamentos de Dilma sabe que são como beliscões na consciência popular adormecida. Ela pode dizer o que seja, brincar como deseje e a hipnose da sua vítima não se desfaz.
Quem hipnotizou-nos?
Ora. não me venham com gozações sobre a fala estúpida da Dilma. Palhaço é quem pensa que ela o faz por incompetente ou tola.


28 julho 2015

O Dom de Voar - Richard Bach

"Todos os pilotos vivem o mesmo céu em todo o mundo, mas os pilotos das grandes companhias têm mais obrigações e vivem mais rigidamente dos que de qualquer outro tipo, mesmo os pilotos militares. Têm de engraxar os sapatos, usar gravata, ser gentil com os passageiros, seguir as regras da sua companhia e as do Regulamento Aéreo Federal, nunca perder a cabeça.
Em troca, recebem mais dinheiro por menos trabalho do que qualquer outro profissional e, mais importante ainda, têm o privilégio de pilotar excelentes aparelhos, sem ter de pedir desculpas a ninguém.
Hoje em dia, as principais companhias exigem instrução superior dos seus candidatos a piloto e, com isso, perdem os seus melhores homens para as pequenas companhias (que realmente precisam dos melhores pilotos, para enfrentar um maior número de problemas) e para as companhias de táxis aéreos e pulverização agrícola. O porque dessa exigência de instrução superior não se entende bem, já que um piloto com conhecimentos de zoologia pode saber muito de ictiologia, mas um piloto formado na escola da vida - cujas fileiras são grandes, embora estejam diminuindo - voa e pilota seu avião porque se interessa por ele e lhe tem amor, e não apenas porque deseja obedecer às exigências da companhia."
Extraí este trecho do livro O Dom de Voar, escrito por Richard Bach e publicado no Brasil pela Editora Record, o meu exemplar é um da oitava edição, adquiri-o em um sebo na praia de Mariluz.
Richard Bach, neste livro, compila crônicas escritas em uma determinada época de sua vida, quando ainda lutava com o arranjo das ideias, mas já declarava estar sentindo-se mais bem sucedido quando escrevia como respirava, no piloto automático. 
O Dom de Voar chega às minhas mãos trazendo tanta inesperada informação técnica sobre estes aparelhos voadores que admiro e amo, que penso que é a bem-vinda parte teórica de um curso de pilotagem e também manutenção de um aparelho. A brilhante afirmação que reproduzi acima está no capítulo À Deriva no Aeroporto Kennedy, mas está ligado, sendo a conclusão para um raciocínio lançado em um dos primeiros capítulos do livro, o Aço, Alumínio, Porcas e Parafusos, em que Richard descreve de forma descontraída, sintética mas muito ilustrativa a composição material de um avião, motor, fuselagem e esquema de produção e funcionamento, para finalizar narrando um episódio real em que um colega piloto sofre um acidente e salva-se devido a um milagre de interação "emocional" com a máquina, um antigo modelo Aeronca Champ.
Não vou narrar o episódio completo, espero por ti, para que leias e depois possamos comentar, tecer conjeturas, comparar dados.

"O mundo da aviação não se relaciona apenas com decolagens, pousos e funcionamento dos motores. 
-Voar é minha religião, diz Richard Bach, é a maneira que tenho de descobrir a verdade."
  

06 julho 2015

Muitas tecnologias sobrepostas, e Deus Sobretudo!

O homem dispõe de tecnologia para fazer o que a maioria nem imagina, hoje. é inquestionável.
Mas em minha memória eu confio. 
Mas das conversas que tive com minha avó, Conceição, eu é que sei, das informações que recebi dela, eu testemunho.
O homem pode projetar holografias, os drones mapeiam o céu, disso estou farta de saber, eu até já estive presente em seminário de tecnologia de ponta sobre telecomunicações sobre tenologia em drones e topografia, eu sei sobre o céu coberto de satélites além das nuvens. Eu sei. 
Mas ser uma pessoa muito ligada à família, pertencer a uma família muito conectada a Terra, mais que tudo, especialmente a uma certa parte da família desconhecedora de TV, livros e jornais até recentemente, e, portanto, muito alienada das neuroses das massas, me garantiu informações desde sempre, que muitos nem sonham. 
A única certeza de que tenho, conhecedora desde a primeira infância, nesta vida, de que as Mães da Vida circulam entre nós desde tempos imemoriais para alguns, afirmo que certas condições são inerentes ao planeta. Eu ouvi esta afirmação de um personagem de um filme e tive que rir-me, não importa a mensagem daquele filme feito para assustar, as Ma~es da vida nunca assustaram quem vive em harmonia com a natureza e é ousado o bastante para afirmar que não tem medo de campanha para dominação, pois é conectado com o Criador, e é indominável: Uma força da natureza. 
Esta noite fez frio, cobri-me com um cobertor térmico
Sobre ele coloquei um acolchoado, sobre ele um cobertor de lã
Sobre ele uma manta de soft
Sobre ela havia Deus, que me proporcionou tudo isso, sorrindo, por me ver tão friorenta.
Mas ele sabe que posso mudar esta condição desde que eu não sinta prazer no medo, digo, em fingir-me de lagarta no inverno.

foto:fiz há alguns meses

26 junho 2015

Casamento Gay Não é Loucura, Loucura é a Promiscuidade, que Rebaixa Héteros e Homos

O que iremos viver após a legalização do casamento gay nos EUA, não se altera para os que não o são, uma vez que o medo que aflige as pessoas hétero, especialmente aos pais, referente à garantia do direito ao casamento gay, é o do reforço na atração que o novo tem sobre mentes em formação, é o de que os jovens passem a receber uma mensagem de obrigatoriedade, de que venham a ser mais assediados agressivamente por todo e qualquer um, especificamente pelos que deveriam manter-se em equilíbrio, deixando de fora a libido, em setores como os ligados a formação e educação.
Eu penso que o reconhecimento legal das uniões entre casais do mesmo sexo pode ser um mecanismo que traz ao patamar do corriqueiro, relações que, reconheça a Igreja ou a lei, ou não, existem e continuarão a existir.
É preciso manter a sensatez a qualquer custo, neste momento nevrálgico de pressão intensa social, a bem da paz.
Não altera a minha vida, que meu amigo seja casado com um homem que ele ama, que minha amiga tenha uma relação estável com uma mulher que ela ama. Eu não posso arbitrar o relacionamento do outro, que tem por motivação um amor que dificuldade nenhuma conseguiu acabar.
Eu não seria justa, se tivesse o poder de obrigar a duas pessoas que se amam a ponto de viver uma relação marital, a afastarem-se, porque eu quero que para os outros tudo seja como é para mim. Precisamos ter muito claro que até este ponto não há abuso moral, não há ética ferida, na união de duas pessoas que se amam e que querem reconhecer perante a lei sua união.
O ponto nevrálgico que faz com que a sociedade entre em ebulição quanto ao reconhecimento das uniões homossexuais está em confundir um ganho de maturidade com os programas experimentais e aberrantes que pretendem difundir que experimentar relações homossexuais deve ser uma passagem obrigatória para o ser que desabrocha para vida sexual, como acontece no Brasil, como acontece abertamente em uma das escolas em que meus filhos estudaram, em que se instituiu um dia em que os rapazes vão ´para escola vestidos de moça e fazem apresentações artísticas e as moças de rapazes e se apresentam para receber notas por isso. 
O problema está em nomear a um jovem gay em crise aberta contra o sistema, como orientador pedagógico de uma escola infantil. 
Mas nós convivemos com essa realidade e teremos que enfrentar esta fase alterada mantendo-nos sóbrios e sensatos, tanto como acontece quando uma professora hétero agride um pequenino por problemas psicológicos devido a ter sido diagnosticada como estéril. Neste caso, quando a professora ou monitora ataca uma criança, nosso filho, ou criança que esteja sob nossa proteção, levamos a causa até a justiça e lutamos por justiça. 
A justiça é para todos, inclusive a maior, que é feita por Deus, os Deuses, como ocorreu em Sodoma, depois de para lá terem sido enviados anjos para a casa de Ló, anjos que tiveram a integridade ameaçada pela turba que gritava da rua pedindo que Ló os fizesse sair para a rua porque os transeuntes que os viram, os cobiçaram por sua beleza e exigiam terem relações sexuais com eles, os anjos  conseguiram escapar carregando Ló e sua família para fora da cidade antes do massacre da mesma.
Quanto ao risco de sermos cobiçados, de nossos filhos serem cobiçados pelos homossexuais, será o mesmo que existe por parte dos héteros, e não importa o quanto estrebuchemos. 
Meu filho não sai de casa e se casa com uma libertina apavorante, porque é o padrão moral que ele aprendeu com minha educação presente que ele usa como critério para escolher sua esposa, e se apesar de ele ter um senso moral elevado, de eu insistir em conversar abertamente sobre o erro do programa de conteúdo homossexualizante da escola, de eu ser uma mãe católica, ele escolhe casar-se com um homem, é um sinal de que nada o demoveria de seguir o que seu espírito manda. Neste caso, o que é sugerido? Cura? Marginalização? 
Homossexualidade, não há o que temer, estamos vivos e cheios de graça, prontos a reagir, não estimulemos, mas não marginalizemos em nome de Deus. Pense se não é a promiscuidade que te apavora, e que confundes com homossexualidade, escolha que abriga tantos promíscuos, mas que não a definem. Os meus amigos homossexuais são bem resolvidos e não sofrem como Cristo sofreu, nem tampouco afrontam com heresias a fé alheia, mais antes são devotos e praticantes, tão entrosados nas religiões que escolheram praticar quanto qualquer hétero.
Com a recente decisão americana, os promíscuos estão desnudos: Sodoma! Depois não diga que não avisei!

Foto: De uma noite em que temi pelo destino da maioria

Estados Unidos Reconhece Oficialmente o Casamento entre Casais do Mesmo Sexo

De acordo com a Catholic News Agency, a Suprema Corte americana acaba de decidir que o casamento gay é um direito constitucional e solicitou que os estados membros redefinam o casamento que deve incluir casais do mesmo sexo, e garantir direitos iguais às uniões hétero.
Eu penso que este reconhecimento levará a problemática para outro estágio, penso que é um avanço que se fez impostergável. OS casais pediam igualdade e dignidade diante dos olhos da lei, o que acaba de ser concedido.
Com o reconhecimento oficial, será percebido é que saem algumas grandes dificuldades legais de cena e entram outras sociais, não menores. Mas estas, afinal sempre estiveram presentes, mas de uma forma ousada, informal.
Quando a responsabilidade legal não exclui ninguém, talvez se brinque menos. 
Eu torço para isso.

A Rainha Elizabeth na Alemanha

A Rainha Elizabeth e o Duque de Endimburgo estão na Alemanha em visita de estado prevista para quatro dias. 
Após cumprir agenda de encontros com a Chanceler alemã, Angela Merkel, a Rainha visitou a embaixada britânica em Frankfurt, que preparou uma solenidade no jardim, para recebê-la. 
Acredito que brevemente veremos desdobramentos positivos desta conexão entre dois expoentes femininos tão fortes na política universal.
Foto: extraí da página Queen Elizabetg II, facebook

16 fevereiro 2015

Fatos sobre Água Congelada em Icebergs, divulgados pela NASA Earth Observatory

Diz a chamada da NASA Earth Observatory em uma publicação: Icebergs não têm predominantemente a cor branca com a qual a maioria de nós costuma associá-los. Nem branco sujo, nem acinzentado. 
e conforme podemos ver pelas fotos de Alex Cornell, realizadas na Antártica, ao capotarem, causando tsunames ou não, mostram bases em azul ultramar, ou verde esmeraldino de causar taquicardia, saibamos disso ou não ao avistarmos um por este ângulo - barriga, diz a matéria.
Nesta temporada, não pude ir em pessoa até lá, nem tampouco em férias com a família, como o Alex, mas já visualizei estas maravilhas sozinha.
Acima, as fotos de Alex Cornell, abaixo, tela que pintei em 1996

09 janeiro 2015

Tornando Cocô Humano em Água Potável - E palatável, Bill Gates Assegura


Atentado em Paris - Charlie Hebdo

A frigideira pelo cabo? 
Homens se enganam e tomam atitudes que comprometem o destino dos outros.
Maior engano é atenuar ou acentuá-los, perder o discernimento quando formamos juízo reconhecendo motivação política ou religiosa.
Homens matando homens, não há maior crime, não importa a motivação.
Os assassinos dos homens que trabalhavam na Revista Charlie Hebdo, podendo ser capturados com vida, com vida devem ser conservados.
Os artistas que perderam a vida são desta opinião.