A Virada Cultural do Centro de Cultura Judaica é gostosa e substanciosa como o kifle de nozes servido pelo Gerstein Café, é uma confraternização universal onde a família particular circula livre e alegremente. Lá, até a madeira das paredes conta do bom gosto e persistência do povo que por muito tempo teve um livro como pátria - e ponto, nada mais a dizer de natureza tão perseverante e dada à cultura das artes, tradicional na erudição. E ponto, escrevi, mas... cheguei agora da apresentação da peça teatral Réquiem, ainda embriagada de poesia insisto, redundo, compartilho. Réquiem conta a história de um fabricante de caixões que pesa os lucros e prejuízos da vida de forma extremamente lírica, o espetáculo ondula e vamos ao topo, escorregamos na curva, e eis que a visão da enfermagem pode indicar conforto, mas quem deve curar, fala sempre a mesma coisa, é porque o remédio também é igual para todos. O texto delicioso, delicado, ás vezes agressivo é do israelense Hanoch Levin, e Réquiem, que já foi encenado em três temporadas e apresentado de forma itinerante, é dirigido por Francisco Medeiros e produzido e realizado por Dinah Feldman e Priscila Herrerias, sobre o espetáculo ganhador do Concurso CCJ de Montagem Teatral em 2007, o diretor declara: As intenções de Hanoch Levin ficam claras já na apresentação dos personagens. Ninguém tem nome, portanto, as trajetórias não serão descritas a partir de individualidades, Velho, Velha, Cocheiro, Mãe, Bêbados e Prostitutas são antes de tudo arquétipos a serviço da tradução poética do autor de uma imagem fundante: o homem confrontado com os mistérios da existência. Amanhã às 16:00h, mestre Viviam Vineyard, a coordenadora de artes cênicas do CCJ estará orientando uma dinâmica - Jogos Teatrais, é só chegar e degustar, para o curso regular que Vivian ministra para adultos, ainda tem algumas vagas, inscreva-se ontem! Estou frequentando, Vivian é master, é must é mestre. Também amanhã à tarde haverá nova apresentação de Réquiem, é preciso retirar o ingresso com uma hora de antecedência. Todas as atividades da Virada são gratuitas, Requiém começa às 18:00h. Hoje, no final da tarde aconteceu o VI Encontro de Contadores de História do Centro de Cultura Judaica, o espaço estava lotado de satisfeitos espectadores dos encantadores do cotidiano, a top contadora Ana Luisa Laconbe foi a mestre de cerimônia e abriu os encantamentos, os serelepes Cesar Obeid e Renata Perez, em forma de cordel narraram o último livro de autoria dele, Priscila Harder e Juliana Offenbecker. Fernanda Viacara e Dinah Fildman apareceram com cobras engolidoras de sóis e Mandis plantadas nas ocas virando mandiocas, homenageando o dia do índio que já vem vindo, pinta quando o calendário mostrar dezenove deste abril, disso eu sei, eu penso que sim, pois não? E então, para arrematar o bordado fascinante, Kiara Terra, com suas duzentas mãos nos conduziu a não sei onde, não sei porque, só sei que levei meu travesseiro, todos levaram, alguns o molharam na travessia de um rio e outros nem atravessaram, é porque a história que ela conta é aberta, tu escolhes o rumo, só sei que foi bom, e foi Kiara que encerrou a apresentação dos gnomos e fadas golens, lobisomens e Velhas Certezas com travesseiro na mão. Foto, com minha colega de contação de história do Era Uma Vez, a Marlene Krok, após assistirmos Réquiem.
Clique no título do post para ver Kiara falando sobre sustentabilidade.
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