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26 abril 2011
Jã e a Super Lua Perigeu
Pode existir um planeta tão pequeno quanto uma das nossas cidades, pode ser que tenha um vulcão, e que sustente a vida de uma roseira com uma rosa, que é regada pelo Ronnie Von quando ele passa lá montado em sua estrela. Poderia este, ser um planetinha na orbita de uma anã-marrom? Negar a possibilidade é ordenar as galáxias pelo contexto de nosso entendimento, é agora, um bem tardio geocentrismo, se levamos em conta que os números ligados às possibilidades no estudo da astronomia sugerem que nossa mente é incapaz de formular suposições suficientes para conclusões seguras. Cenários limitados e linhas divisórias arbitrárias são empregadas até mesmo para definir o que é um planeta e o que é uma estrela anã. Há anos se estuda a formação das anãs-marrons tentando saber se sua formação inicia-se por ejeção ou turbulência. Eu torço por turbulência, cujos resultados são menos previsíveis. Gaël Cahuvin e seus colaboradores afirmam: Não há razões para que asteróides e cometas, e até mesmo planetas com a massa da Terra não possam se formar nos discos de poeira das anãs-marrons. E Gaël ajunta: Se existirem planetas em volta de anãs-marrons, orbitam um Sol que nada tem de solar. Que dizer sobre a vida nesses planetas? Como uma anã-marrom é muito mais fria que o Sol, a zona habitável a seu redor é muito pequena e próxima dela, e mesmo essa zona pequena deve diminuir conforme a anã esfria. Não falei? Espaço suficiente para uma rosa, um vulcão, e o campo de pouso para o Ronnie Von!
No último dia 19, a lua cheia apareceu apresentando seu lado perigeu, numa posição que só é visível da Terra a cada dezoito anos. Parece maior, pois está cinqüenta km mais próximo da Terra. O Jã promove mensalmente, na entrada da lua cheia, encontros de estudos das Ciências Humanas, o palestrante convidado da super lua perigeu, foi o estudante de Física da Unicamp, Francisco Oliva Oliveira, que seguro, recriou verbalmente o Universo segundo as últimas descobertas. O Jã é um espaço nobre voltado para a cultura e suas expressões, o projeto é idealizado e desenvolvido por Patrícia Mattar Oliva. O Jã Espaço das Humanidades - conforme denominou a atriz Eva Wilma em 2010 quando foi a convidada especial, e ali recitou um monólogo inspirado em Um Bonde Chamado Desejo - tem como produtor e mestre de cerimônias o ator Julian Lepick, que também é responsável pelo Festival de Curtas que o Espaço promove no mês de Maio, que está em sua terceira edição (inscrições abertas até o dia 30 de abril). No encontro da lua em perigeu, o Físico Francisco Oliva Oliveira, discorreu sobre teorias da origem do universo, decompôs o tempo e o espaço, falou sobre a imprecindível observação dos astros para sobrevivência e evolução da humanidade, da necessidade de marcar o tempo pela passagem das estações e variações da luz lunar, falou sobre os estudos das constelações desde a antiga Mesopotâmia, Índia e China, conduziu-nos a uma longa e duradoura viagem em uma reunião que começou as 19:00h de sábado, e foi até... estou nela até agora. Discorreu sobre os conflitos entre Religião e Ciência, sobre as teorias de Descartes traçando eixos para medição do tempo/espaço, do desenvolvimento de novos aparelhos para observação, que ao ampliarem as fronteiras também multiplicaram as interrogações. Todos participando, chovendo perguntas e Francisco lá, só falando...agora sobre a relatividade de Einstein, que esteve por tanto tempo apartada por milhões de giros da quântica, em função de não possibilitarem cenário possivel para cálculos e equações quando alinhadas, aproximações que inevitavelmente perdiam-se nos buracos negros. Pós modernos mais complascentes, percebemos que talvez as duas estejam corretas, mas não são encaixáveis...de fato... temos que reconhecer que a realidade pode ser menos dada a preto no branco do que aspiramos em nossas ordenações da "realidade", agora já conseguimos ouvir a voz desse Bichão, que não é o Bicho que o grupo Meninas do Conto interpreta e Malu Barros narra para a criançada. Pelo que o Francisco falou é um Bichão composto de bastonetes vibrantes, bastonetes menores que um elefante, menores que uma formiga, menores que um grão de pólen da rosa do Ronnie Von, são nanicos até em escala de partículas subatômicas...até...parece que nem existem! Enfim, Francisco não disse assim: é um Bichão, ele disse que na teoria das cordas existem satisfações e explicações, e me parece ter falado a palavra -assombro - que os estudiosos presumem por enquanto, que participamos de uma "realidade" composta de 26 por vinte e seis dimensões. O Francisco, como Físico, que chame do que quiser, como contadora de história penso que se isso não é um Bichão...Santa Margarida! E foi tal de quântica permeando mente - como é natural - e big-bangs entrando nas roupas dos presentes, um bom tanto pelo rojão de estrelas que mestre Lepick soltou à traição no final da reunião, que de certeza mesmo, só a de que Francisco consegue trazer as teorias mais revolucionárias, de linguagem mais intrincadas, para o alcance dos leigos - pero atentos - apesar de em alguns momentos ele ter lançado olhares escuros de quem esteve nas alturas e foi puxado pelo pé por perguntas inacreditáveis, se formuladas em seu meio, mas de boa vontade retornava ao chão, e da Terra ia ao buraco negro e de lá, conosco a tiracolo, ao infinito e além. Patrícia mencionou o conhecimento das Tábuas de Esmeralda, escritos por Hermes Trimegisto, o Imhotep, durante a Dinastia do Faraó Djoser, no Egito. Imhotep foi o construtor das pirâmides, matemático, arquiteto e médico: Assim como acima é abaixo, assim como abaixo é acima - principio da astrologia. E Francisco Oliva Oliveira esteve na Lua Cheia do Jã; através de suas palavras subimos da terra para o Céu e descemos novamente a Terra, recolhemos a força das coisas superiores e inferiores. Sei de mim. Fotos:1- arquivo da net. 2 - O psicoterapeuta Nilo, a estudante de teologia, Margarida Oliva, Patrícia Mattar Oliva, e eu. O Jã fica na Rua João Moura 2360 - São Paulo.
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