23 abril 2010

Luciano Trigo -A GRANDE FEIRA: UMA REAÇAO AO VALE-TUDO NA ARTE CONTEMPORANEA

O peixe para Marina, fiz em óleo sobre tela 2007
...Daí a multiplicação de obras extravagantes apresentadas como relevantes, no Brasil e no exterior: na França um importante museu de arte contemporânea abriga uma exposição de porcos tatuados, do artista belga Wim Delvoye. Já no Salão de Artes Visuais que está acontecendo agora em Natal, um artista fez uma performance em que ficou nu e tirou um terço do ânus – isso num Salão oficial. Ou seja, a absoluta falta de critérios, justificada por um suposto pluralismo pós-moderno, está transformando em arte oficial, acadêmica, uma produção tola, uma releitura tosca de práticas que, na melhor das hipóteses, foram inovadoras 50 anos atrás. Acho que não se trata de levar isso para o campo da ética, até porque o principal argumento de quem defente esse tipo de produção é acusar de moralista e reacionário qualquer tipo de questionamento. Meu propósito no livro “A Granfe Feira” foi investigar um fenômeno sociocultural, não tive a pretensão de fazer julgamentos éticos.Arte não deve ser monopólio de uma elite frequentadora de bienais e feiras internacionais. O discurso sobre a arte tampouco deve ser monopólio de uma elite. Também é preciso parar para refletir sobre o ensino da arte nas universidades. Muitos professores de arte hoje babam para Damien Hirst mas nunca ouviram falar, por exemplo, de Samico, o maior gravurista brasileiro vivo. Numa das centenas de mensagens que recebi, uma estudante de Artes Visuais da UERJ contou que um professor disse em sala que não era mais preciso aprender técnica, pintura, nada. “Deve ser porque ele não sabe pintar”, ela disse. E tem toda razão. Palavras de Luciano Trigo, autor de A GRANDE FEIRA: UMA REAÇAO AO VALE-TUDO NA ARTE CONTEMPORANEA, em entrevista à Leonardo Brandt .
Acesse a entrevista na íntegra, clicando no título desta postagem.

Nenhum comentário: