13 janeiro 2010

Zilda Arns

Morreu para este plano e renascerá em outra condição...
Mas e nós? Que justificativas encontramos quando temos que abrir mão da existência exemplar destes espíritos contemporâneos evoluídos que nos deixam prematuramente, não importando a idade que tenham? 
Dia destes fiz esta pergunta a uma mestra em espiritualidade. Conversamos sobre estes eventos naturais e anti naturais(quando obras da insensatez humana), que levam embora vultos de imprescindível importância ao desenvolvimento da rede caritativa no planeta, mesmo quando nós, que tanto gostaríamos de aprender e crescer na iluminação de seus exemplos não queremos acreditar que haja um propósito divino netas ocorrências. 
Continuo chocada com o ato terrorista que em agosto de 2003, em Bagdá, vitimou o diplomata da ONU, Sergio Vieira de Melo, que conforme definiu o jornalista Jonathan Steele do The Guardian, foi “O melhor servidor público do mundo” - um servidor da humanidade
Agora, desolada acompanho o noticiário sobre o terremoto que vitimou Dra Zilda Arns, no Haiti. 
Dra. Zilda, a médica pediatra e sanitarista, a fundadora da Pastoral da Criança, e Irmã de Dom Paulo Evaristo Arns...
Caminhava pelas ruas de porto Príncipe e durante o abalo foi atingida pelos escombros. O histórico de Dra. Zilda é irrefutável, e talvez seja a única personalidade pública brasileira da atualidade sobre a qual se pode afirmar que nunca houve uma nódoa do tipo que costuma envolver nalgum momento as pessoas públicas. 
Lembro-me que na primeira vez que a vi em um programa de tevê fiquei com o pé atrás com a proposta que ela apresentava para diminuir o índice de mortalidade infantil por desnutrição no país. Foi antes dos anos noventa, e ao vê-la apresentar a multi-mistura, o alimento rico em vitaminas, feito com sementes de melancia e de abóbora e folhas de mandioca e beterraba, pensei que se fosse tão simples, já teria sido feito antes. 
E que importa se ninguém fez antes? 
Dra. Zilda fundou a Pastoral da Criança em 1983 e com o grupo de voluntários começou a distribuir e ensinar a fazer a multi-mistura. 
Em função dos resultados rápidos como é o crescimento de uma criança saudável, o programa e a receita emplacaram e foi só uma das linhas de ação solidária deste grande ser humano que ontem partiu. 
Que muitos outros se apresentem para a batalha da iluminação e solidariedade - a linha de frente foi desfalcada, e talvez seja esse o único consolo ou justificativa para perdas tão sentidas como esta, o de alertar e conclamar os dispostos a honrar a senda que foi aberta.

No Último Segundo do Google, José Serra, governador de São Paulo, diz: "Zilda Arns era uma mulher extraordinária. Movida pela fé cristã, conhecedora do espírito de solidariedade do nosso povo, simbolizava como ninguém o trabalho da Pastoral da Criança, com mais de 150 mil voluntários espalhados em mais de 3,4 mil municípios do Brasil, nas regiões mais pobres, atuando junto às famílias, às gestantes e às criancinhas".
Homenagem a Dra. Zilda:http://www.youtube.com/watch?v=Bmh7d6otGAk

2 comentários:

Anônimo disse...

Sarava!
A fraternidade é um gesto espontâneo,
inato e transferivel.
Que nos possamos educar todas as gerações
dentro do Amor ao Proximo...
mas que lutemos mais por
Justiça Social ja!
Abreijos
Thô
www.myspace.com/heitordepedrazul

Giane Cor de Rosa disse...

Salve Thô!
Sobre Dra. Zilda, ontem Eleonora, minha colega de Contação de Histórias, comentou que ouviu a declaração do filho de dela dando conta que ela foi atingida pelos escombros durante o terremoto enquanto dava uma palestra em uma igreja. Levando soluções simples àquele povo tão castigado.
Talvez não precisemos lutar mas simplificar como Dra. Zilda Arns mesmo dizia.
Saudações,

Giane