22 janeiro 2010

Liberdade

Amolador de faca, faca! Tesoura, tesoura! Ele grita e toca uma flautinha avisando que esta na rua para salvar alicate de unha que mergulhou e quebrou o bico no chão.Pedi para fotografá-lo e abriu o sorriso mais alvo e cheio de dentes que já vi: Nãããão...só se não aparecer a cara.Concordei, deve ser muçulmano ou dalgum destes grupos supersticiosos que não gosta de ser fotografado por medo de ter a alma capturada pela máquina.Cliquei e ele fez questão de certificar-se de que aparecia degolado no visor da câmera. O meu selvagem cão de guerra, vigilante assistia ao impasse. Material vistoriado, liberou para eu postar. Queria gorjeta, me neguei e ameaçei deletar, ele afroxou a negociação. Terminou o trabalho e ficou ótimo. Despediu-se dizendo que volta com um carrinho de amolar que é uma tetéia, que aquele sim, eu vou até implorar para fofografar! Uma relíquia que ele não estava usando naquele dia porque estava na restauração. Então as chuvas chegaram e não apareceu mais.

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