31 dezembro 2010

Eva Wilma - repeteco de julho

No último sábado Eva Wilma deu uma baita canja ao encenar para uma pequena, inicialmente encantada e finalmente emocionada platéia composta pelos frequentadores do encontro mensal do , espaço que ela chamou de território livre. O é um projeto de iluminação, estudos ecológicos, mitologia  e astrologia, criado e oferecido por Patricia Mattar Oliva, é o endereço das múltiplas culturas e espiritualidade, ponto certo de encontro dos estudiosos das Humanidades da Vila Madalena. Eva Wilma, a maravilhosa estrela, uma das fundadoras do Teatro de Arena, a encantadora atriz da qual tive o privilégio de presenciar a atuação em um monólogo em que interligou trechos dos personagens que interpretou no teatro. Entre eles, falas de Blanche Dubois de Um Bonde Chamado Desejo (Tennesse Williams), determinado por ela como o personagem mais bem construído que interpretou. A estrela Eva, a encantadora Eva, com sua voz de harmônica presa em uma caixa forrada de veludo cor de creme. Eu a escutava sem compreender como ela vocaliza desta forma rara. Vinha dela o som vibração sendo a abertura para cofres interiores que eu nem sabia portar. É admirável o facínio que um profissional consciente e trabalhador de suas ferramentas pode exercer. Controle respiratório exepcional da experiente atriz, um presente, um momento inesquecivel da interpretação intimísta da atriz, que nasceu em São Paulo no dia 14 de dezembro de 1933, e recentemente, em 2003 foi homenageada pela municipalidade com a inauguração de um teatro com seu nome, homenagem apenas justa por tudo que ela representa para as artes cênicas do Brasil, Eva é um ser filosófico de grande sensibilidade, fala do trabalho artístico como sacerdócio e ao qual as sabedorias interpretadas vão aderindo. Eva não está, ou esteve...não passará, é um dos pilares da história do teatro e da televisão brasileira. Quem a assistiu na peça Esperando Godot  (Samuel Bekett), que ela produziu, dirigiu e atuou com Lilian Lemertz e Lélia Abraamo, sabe, e para quem não sabe eu conto; está escrito na história:da dramaturgia brasileira - foram aplaudidas em cena aberta durante um ano e meio! 



Eva Wilma interpreta poesia de Gilberto Freire
A atriz Eva Wilma interpretou um poema de Gilberto Freire na abertura de evento promovido pelo Instituto Ayrton Senna. Acompanhada de percursionistas que deram mais emoção à interpretação da atriz com batidas curtas entre suas falas, e de bailarinos com coreografias marcantes, Eva Wilma utilizou sua força para interpretar "O Outro Brasil Que Vem Aí", que em seu trecho inicial diz: "Eu ouço as vozes, eu vejo as cores, eu sinto os passos de um outro Brasil que vem aí. Mais tropical, mais fraternal, mais brasileiro..."
(foto e comentário retirado do site:www.institutoayrtonsenna.globo.com.br)

Clique no título para ver a entrevista de Eva Wilma à Irene Ravache:

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