06 novembro 2010

Flávio de Carvalho - MuBE


A exposição Flávio de Carvalho desveste a Moda Brasileira da Cabeça aos Pés, está bonita e informativa. 
Sábado chuvoso em São Paulo, espetacular para viagens enriquecedoras
A exposição teve início no dia 15 de outubro e vai até 14 de Novembro, últimos dias, portanto, para tomar o café da Vanda, ver as bijous e livros da Marilena
Levei os filhos faladores, felizes fashionistas peritos na contenção de recursos, mas ainda assim confessos admiradores da matéria moda, eu, de alma em frêmitos, embora fortuitos, temerários arrepios de prazer antecipado, abusada, confesso incorrendo em auto-exposição, talvez desnecessária, denotando desmedida expectativa. Eu, macaca loura velha, mas não muito, cônscia que de vez em quando o mais bem feito convite resulta na constatação de retumbante vacuidade expositiva, desfecho enormemente frustrante...inicio e encerro a narrativa através do silêncio crítico, covarde, mas não deselegante, certamente desabonandor da injustificável - até mesmo por São Rollo May - coragem artística e curatorial. Fosse esse o caso, não raro, 
nada raro, 
caso não se desse o encontro que na ansiedade projetei, bem, o café da Vanda sempre, a Marilena atenciosa também, mas a visita a uma nova exposição e sobre Moda...
Medo de encontrar talleurs pendurados e calças bolsos faca sobre esqueletos insossos...sim, de tudo passa pela cachola de uma médium scaneadora crítica parabólica, nos momentos que antecedem o salto, até o esborrachamento subsequente...possível, sim, frequente, idem... Mas a exposição de Flávio de Carvalho está boa, entretida, e enternecedora. 
Que ser rebuscado é este, capaz de formular tão vasta gama de códigos e plumagens, artifícios e camuflagens, no afã de tornar subtil, o espesso? De inventar rotas, de burlar regras cerzindo, vestindo de razão as incongruências, sanfonando o dia, 
tecendo a noite, 
equilibrado no misterioso fio de uma tesoura? De onde vem a ciência antiga como o primeiro umbigo, que avança e se desenvolve, encontrando o centro da abertura, a base do magnetismo de uma agulha?
Serão estes os astronautas; os deuses, mimetizadores? 
Embrenhados na floresta da caminhada da moda com referências globais, 
vendo as caudas, 
intuindo os cios
quem for verá -escapamos ilesos, embora inspirados, da floresta mágica plantada ali, por Flávio de Carvalho. 
Fomos guiados na incursão, pela mestria de Amabile, a artista monitora do MuBE.
Local: MuBE - Museu Brasileiro da Escultura
R. Alemanha, 221 Tel: 11 2594-2601 R. 21
Foto, Amabile decodifica e exposição para Joseph e Camille. Para ver o vídeo Moda Jean Paul Gaultier, clique no título da postagem.

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