02 dezembro 2009

Amália Leal de Medeiros

Quando o calor abrasa no Rio Grande do Sul, é imbatível. Deve ser o contraste.

Me perdi com o horário da caminhada e o meio dia desceu na minha pressão de tal forma que embora contrariada, fiz como minha avó Conceição, quando eu era pequena e íamos visitar suas amigas que moravam longe, volta e meia parava na sombra de alguma árvore. Ela, que havia me ensinado elegância e compostura, me obrigava a acompanhá-las naquelas paradas como se fossemos vacas cansadas no pasto, quando se iludem que qualquer coqueiro dá sombra fresca.Eu tinha menos de dez anos e nada entendia sobre pressão arterial, só tinha pavor de agir como a Mimosa. Mas quando o calor do Rio Grande Sul abrasa...

Em janeiro de 2008, naquele meio dia de sol ardido parei numa sombrinha em frente a um pesqueiro em Imbé. O quiosque estava fechado, mas o dono me ofereceu uma cadeira e fiquei lá esperando o calor externo ficar mais parecido com o proporcionado internamente pela...não lembro...Coca? Acho que naquele tempo eu ainda bebia esse líquido de energia valor menos sete, como alerta Mano, o espiritualista.

Ela passou por mim, cumprimentou e foi para a beira do rio com uma vara de pesca mais apetrechada do que qualquer uma em que eu tenha pego, Cobicei! Enrolou, desenrolou, abriu, fechou coisinhas e compartimentos, manivelinhas , mexeu na pochete, e lançou a linha. Me fisgou! A gaúcha forte de aspecto e personalidade, em pouco tempo tirou vários peixes pequenos do rio Tramandaí, levantei-me para fiscalizar, ela apresentou-se: Amália Leal de Medeiros. Descendente de Borges de Medeiros.Mora em Porto Alegre no inverno e em Imbé no verão. Encabeçou a campanha para construção da sede dos bombeiros em Imbé, convidou-me para a inauguração que seria em 25 de fevereiro, eu disse que já teria voltado para casa naquela data, ela perguntou o que eu estava fazendo, morando fora do Rio Grande, que voltasse para trabalhar pela minha terra...rimos.Falamos em trabalho. Contou que na campanha pelo nordeste o programa do Faustão foi apresentado da sua casa, e ali arrecadaram 25 toneladas de alimentos.

Fiu, fiu! Quando eu crescer quero ser como a Amália. Hei de ter uma vara de pesca como a dela, também.

Amália...Recentemente tirára d’agua um peixão de sete quilos, os amigos que chegaram e escutavam nossa conversa, testemunharam. Falou que naquele dia não daria peixe grande, que os golfinhos deviam estar ali, pelo canal. Tomamos uma menos sete, juntas e nos despedimos, hoje lembrei dela e procurei a foto. Eis!

Na foto, Amália Leal de Medeiros, e para ver o vídeo do Kiwi, clique no título

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