12 novembro 2017

Do Regime Militar ao Mensalão - livro sobre o legado político do Senador Pedro Simon

Do Regime Militar ao Mensalão, um livro compilação que entre Projetos, Pareceres e Requerimentos, relaciona momentos de destaque do trabalho do Senador Pedro Simon ao longo de toda sua vida política. 
Ativo na tribuna do Senado, nas Comissões, um articulador político forte e respeitado, talvez o maior democrata da contemporaneidade brasileira, o Senador exerceu plenamente as prerrogativas de suas funções quando no período do governo militar foi a oposição, e, sendo, estabeleceu as condições essenciais para o início da Abertura. Exigente e contundente quando necessário, mas nunca um extremista, por isso, ouvido e respeitado por todos, o Senador Pedro Simon foi um personagem obrigatório nos noticiários diários desde os anos setenta até quando houve a possibilidade de se fazer política a moda franciscana, como é definido o seu estilo de trabalho pelo povo. 
Até 2006 produziu 2.500 peças legislativas: 
-198 emendas de projetos
-42 emendas à Constituição
-483 requerimentos de informação
-379 pareceres sobre matéria em tramitação pelas comissões do Senado
-4 projetos de decretos legislativos
-37 projetos de resolução
Perfazendo 1.389 iniciativas legislativas.
Vinte anos depois de deixar o cargo de Governador do Rio Grande do sul, ainda não havia requerido aposentadoria especial para governadores. 
Até maio de 2006, 24 anos de Senado Federal Pedro Simon fez 1.148 pronunciamentos.
Ele declara que sai da política pobre, e não é contestado. 
Em maio de 1995, Pedro Simon reclama do sucateamento do setor agrícola no Rio Grande do Sul:
"Perdoe-me o Senhor Fernando Henrique Cardoso. Tenho muito carinho por sua Excelência, dei-lhe o meu voto, é meu amigo, mas não entendo um sociólogo sentado na cadeira da Presidência da República que não tenha como primeira meta resolver o problema dos trinta milhões de brasileiros que passam fome. Atender esses trinta milhões de brasileiros que passam fome para mim é mais urgente que o problema da Petrobrás, que é importante, mas não tão urgente, ou do que o problema da privatização da telefonia, que é importante, mas não tão mais urgente.
eu vi, nesses seis meses, muita ação da esposa do Presidente.  Mas é aquilo que eu disse, parece que o Presidente dividiu - o social fica com a mulher dele e o resto fica com ele."
Eis que o Senador correto e sensato não pode ser responsabilizado pelas administrações que vieram depois que o governo militar promoveu a tão sonhada Abertura política e passou o mando aos presidentes civis, sendo ele um crítico do governo militar, sendo correto e sensato segue sendo crítico, em agosto de 2016, em uma entrevista, ele declarou que o presidente Temer, sendo Dilma afastada, não poderia sequer sonhar em mexer na operação Lava Jato e que não poderia manter em seu governo ministros investigados pela operação. Que ficha limpa é essencial.
Logo depois comprovou-se que o próprio Temer recebia malas semanais de dinheiro da JBS...
Voltando ao seu livro, ainda estou comentando a introdução, assinada por Jorge Schelb e Lourenço Cazarré, onde grifei alguns trechos:
"A impunidade é a regra. O caso mais escandaloso que se tem notícia é a absolvição do ex-Presidente Fernando Collor pelo supremo Tribunal Federal.
No caso do 'Vampiros' do Ministério da Saúde, o funcionário encarregado de controlar as licitações sabia da investigação que acabou por levá-lo à prisão. Mesmo assim, manteve o esquema de propinas. Afinal, um lobista que atuava na área desde os tempos de PC Farias chegou a ser denunciado e nada aconteceu. é o manto da impunidade, garantindo que, no máximo, os corruptos passem uns poucos dias de cadeia. Nunca precisarão devolver o dinheiro que roubaram e o patrimônio acumulado ilegalmente, à custa do trabalho e do sacrifício do povo. assim é o Brasil.
Em outros países também se rouba. Recentemente grandes corporações norte-americanas foram apanhadas fraudando balanços e enganando acionistas e o Fisco. a diferença é que lá, os responsáveis são punidos. Não existe impunidade como aqui."


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