05 junho 2014

Um pesadelo com Hannah Arendt

Hannah Arendt aprendeu com a mãe a emocionar-se 
Com a vida a filosofar-se 
Eu não apreendo com Hanna Arent
Que tinha boca e a cara amargas
Que tinha a vida amarga do amor pesado
E todos dizem que eu, por ser mulher, deveria 
curvar-me perante 
Ana Arendt
Em um mundo que premia a crueldade e a chama realidade
que forma círculos entorno de mitos e agrega peso aos conteúdos irreverentes. 
Muito pesado, o mundo de Hanna Arent
Que aos sete anos de idade consola os outros pela perda do próprio pai:
Homens morrem, é natural.
Até quando finjo que me importa, a opinião de Hanah Arendt 
não entra em mim
Não se acopla e eu me culpo: Me desculpas?
E ela escorrega como uma pedra pesada dos meus braços humanos, 
Hanna Arendt é o tipo de mulher que pesa para a vida de mulher que sou
E eu não a consigo carregar, nem ler, 
nem esculpir é possível, já que é fechada em si,
mas eu a aceito e assisto sua verdade, 
A verdade de Hannah Arent é tão bela sendo dela, mas
Deus me livre
de aprender a ser uma mulher de basalto - um monstro sagrado 

Esta noite sonhei que Hnnah Arendt era uma aranha preta com presas enormes
Estava encurralada com ela em um pequeno porão
Ela cravou as pinças no dorso da minha mão enquanto eu tentava afastá-la para proteger filhotes que ela perseguia. Mesmo assim ela feriu um.
Um mito...Annah Arendt - uma quimera!
Mas é claro que devemos ter medo de não gostar de Hannah Arend!

Esta foto foi feita por Satva Horaci, fui fotografada durante a realização de uma instalação na Bienal de São Paulo deste ano(2014, então), em um ciclo de palestras e atividades sobre as Bienais anteriores.

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