05 agosto 2016

O Governo Erdogan, o Genocídio Armênio e a Revolta Militar de 15 de Julho

Em um globo fechado onde só se pode entrar, e, com ínfimas exceções alguns privilegiados cientistas saem um bocadinho e logo devem retornar se quiserem sobreviver, graças ao bons neurônios se desenvolvendo, um marido não pode mais trancar uma esposa em casa e tratar a vida dela como se fosse sua propriedade. Um pai não pode dispor da vida dos filhos simplesmente por ser o fornecedor genético da metade do material celular que lhe deu a vida, não pode, ainda quando é um excelente pai provedor e bom educador.
A atenção à manutenção da vida, da pequena, da frágil, da desvalida, são o meu foco principal.
Em 1915, um milhão e meio de armênios foram assassinados na turquia, porque os governos turcos têm pensado que podem, simplesmente é tomar a decisão.
Quando da passagem dos cem anos do genocídio, o Parlamento Europeu, deliberando sobre uma forma de marcar a passagem da matança, recebeu a seguinte declaração(entrevista publicada pela Reuters) de Erdogan, o atual governante turco: 
"Independentemente da decisão do Parlamento Europeu sobre as acusações do genocídio armênio, entraria por um ouvido e sairia pelo outro."
No dia 16, último, o notíciário internacional ferveu após a tentativa de tomada do poder na Turquia. 
Uma grande parcela de militares auto intitulado Conselho de Paz, integrado por grupos do Exército, Força Aérea, Marinha e Gendarmaria, se insurgiu e tentou depor o mandatário máximo do pais, Erkaban, um destes como a gente conhece, que eleito por currais cuidadosamente alienados, tratou de recrudescer para manter-se no poder. 
Seus partidários agiram prontamente, esmagando a revolta, matando a priori centenas de pesssoas. Até o dia 20 de julho já haviam prendido, exonerado e suspendido 45.000 militares, 2.700 juízes, 15.000 professores e todos os reitores universitários.
A foto abaixo, feita por Selcuk Samiloglu, integrante da Associated Express, mostra uma brigada de populares rendendo um soldado acusado de amotinamento.
E basta!

Basta acusar e a culpa é estabelecida. 
A punição é entregue nas mãos de homens que pensam que seus países são galinheiros e o destino, a vida das pessoas naturais dali são seus assuntos e podem deliberar sobre eles como acharem  conveniente.
Não é mais conveniente ao mundo livre assistir passivamente mulheres e crianças, o mais raso soldado, o mais inútil mendigo, serem violados e mortos, ou levarem vidas indignas, enquanto ele, o mundo livre, carrega cães e gatos no colo, que são  tratados como se fossem crianças com todas as regalias que são negadas aos humanos apenas porque "os outros" vivem depois daquela cerca, depois daquela fronteira. 
Na nossa cultura, estamos tratando de sensibilizar as crianças sobre a morte dos animais, na nossa sociedade estamos cientes de que toda vida tem valor e esse ganho só será um progresso real se não perdemos a capcidade de nos compadecer ante o sofrimento humano. 
Tenho ouvido, volta e meia que "meu cachorrinho é mais fiel e vale mais do que muita gente". 
Gente como quem, meu caro Watson? Gente como aquela, capaz de entregar a vida para defender os direitos dos desvalidos, ou gente como estes ditadores que se julgam donos de outras pessoas contando com a sua alienação e a anuência planetária?
O que podemos fazer?
Cálculos. Troque seu cachorro por custear a educação de uma criança pobre
Salvem este soldado da foto. Salvem os anônimos, presos e torturados pelos regimes de excessão.
Salvaremos vidas, quando pretensões totalitárias cogitarem levantar, mas avaliarem que ninguém mais concorda com ditaduras e estamos dispostos a ir longe por isso.
Se os amotinados não tivessem agido visando a democratização e não tivessem sido politicamente corretos, teriam eliminado Erdogan de antemão, ao deixarem com vida o terrível turco, pagaram com as suas. 
Esse tem sido o maior impasse nas intervenções militares internacionais: quebrar a cadeia de violência sem empregar violência parece impossível.
Eu nem vou tentar, Erdogam e seus métodos não me fazem falta, permanecerei isto sim, eternamente tocada pela foto de Selcuk Samiloglu; pelo momento em que o populacho inculto doutrinado e estimulado pela tirania, vai a forra dos seus semelhantes, seus conterrâneos, seus familiares e antigos, antigos companheiros de brincadeiras ou miséria, na infância, através destas purgas oficializadas.
Culturas formadas na violência custam muito tempo e energia até engrenarem, mas enquanto a humanidade toda não estiver empenhada em elevar o todo, terá que lidar com crimes assustadores pipocando por toda parte da aldeia global.
Eu tenho uma cachorrinha, ela se chama Willow, quando a trouxe para minha família eu pensava que eu não fazia a diferença no mundo. Ela passou a fazer parte da familia, eu me recuperei emocionalmente, hoje eu faço a diferença em mim, para mim, eu me importo comigo e com meu semelhante, e quando pude, ajudei crianças como madrinha em instituições, eu me recuperei, não graças a ela, apesar da sua fiel companhia e docura, recuperei-me por minha conta, quando ela falecer eu determinei que não terei mais cães, dedicarei sempre minha maior atenção ao humano, se puder me tornarei vegetariana, apesar de estar ciente também dos sentimentos das plantas.
Penso que priorizar e equilibrar os sentimentos das pessoas é ainda nossa meta principal. Urge.
Veja o modus operandi do governo Erdogan na reportagen da revista Época no link abaixo:
http://epoca.globo.com/tempo/noticia/2014/03/morte-de-bgaroto-de-15-anosb-reacende-protestos-na-turquia.html


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